Passagem de ano em Itália sem fogo-de-artifício por causa da poluição

Pirotecnia proibida em várias cidades, devido à acumulação de micropartículas na atmosfera.

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Poluição em Milão. Ao fundo, a "Madonnina", estátua da Virgem Maria no topo da catedral MARCO BERTORELLO/AFP

Nada de fogo-de-artifício na passagem de ano! Foi isso que as autoridades disseram aos italianos, numa tentativa para limitar a poluição atmosférica que já levou à proibição ou a restrições à circulação automóvel em várias cidades.

O lançamento de foguetes e de fogo-de-artifício foi proibido em Milão, Bolonha e Turim, no Norte, devido à acumulação de micropartículas na atmosfera, numa altura do ano invulgarmente seca para a época.

O presidente do município de Reggio Calabria, no sudoeste, prolongou a proibição de espectáculos pirotécnicos até dia 7 de Janeiro, argumentando que eles são não apenas poluentes como podem ferir pessoas e assustar animais.

O fogo-de-artifício provoca “uma subida vertiginosa de micropartículas de substâncias nocivas para a saúde, como estrôncio, bário, cobre, alumínio, titânio e ferro”, disse o autarca, Giuseppe Falcomata.

Em Nápoles, no Sul, onde aniversários, casamentos e feriados são muitas vezes celebrados com fogo-de-artifício, foi lançada uma campanha para promover festas menos efusivas. Um cartoon publicado no site das do município mostra uma multidão reunida próximo do Castel Nuovo, uma construção medieval, com um apelo: “Celebra a passagem de ano sem fogo-de-artifício.”

Depois de restrições ao tráfego em numerosas cidades terem, nos últimos dias, fracassado no objectivo de reduzir os níveis de poluição, o Governo reuniu-se com as autoridades locais e regionais à procura de outras ideias para enfrentar o problema.

O ministro do Ambiente, Gian Luca Galletti, disse que o Governo vai financiar com 12 milhões de euros a redução do preço dos transportes públicos e divulgar um “protocolo” com sugestões aos presidentes de câmara, para períodos de poluição elevada.

A redução do aquecimento nos edifícios públicos, a limitação em 20 quilómetros por hora da velocidade máxima para os automóveis em áreas urbanas e incentivos à troca de carros velhos por outros menos poluentes são algumas das sugestões.

Galleti disse que o actual problema atmosférico se deve principalmente às invulgares condições atmosféricas, com ausência de vento e um “dos maiores períodos de seca que o país já viveu”.

Vento e chuva estão previstos em grande parte da Itália a partir de 2 de Janeiro.

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