Bruxelas e Paris com fim de ano condicionado pela ameaça terrorista

Na capital belga foram anulados os festejos, na francesa serão mais contidos do que habitualmente e sem fogo-de-artifício.

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Vigilância na capital belga Francois Lenoir/REUTERS

Bruxelas e Paris vão ter um fim de ano diferente do habitual, devido à ameaça terrorista. O burgomestre da cidade belga anunciou a anulação das festividades de Ano Novo e o fogo-de-artifício previsto. Na capital francesa, ainda atordoada pelos atentados de 13 de Novembro, também não haverá pirotecnia, “por uma questão de decência”, mas os tradicionais festejos nos Campos Elísios mantêm-se, ainda que mais curtos e sóbrios do que noutros anos e com medidas de segurança reforçadas.

“Infelizmente, tendo em conta a análise de risco feita pelo centro de crise, somos obrigados a anular o fogo-de-artifício e tudo o que estava previsto para amanhã [quinta-feira] à noite e que devia reunir muita gente no centro de Bruxelas”, disse Yvan Mayeur, na televisão pública RTBF.

“É melhor não correr riscos”, disse, face à impossibilidade de “garantir que todas as pessoas que afluíssem aos eventos seriam controladas”.

No ano passado, cerca de 100.000 pessoas concentraram-se na passagem do ano na Praça Brouckère, no centro de Bruxelas.

A Bélgica, capital incluída, onde têm sede instituições europeias e a NATO, está desde o final de Novembro no “nível 3 de alerta terrorista”, um grau abaixo do nível máximo e que corresponde a “ameaça possível e provável”. Na sequência dos atentados de Paris, a capital chegou a estar durante alguns dias no nível 4.

Em Paris, onde a 13 de Novembro foram mortas 130 pessoas e centenas ficaram feridas, o ano chegará com  restaurantes abertos nos Campos Elísios, mas nem todos, e com militares nas ruas. Ainda assim, prevê-se que venha a ser a maior concentração na capital francesa desde os ataques jihadistas.

“Não podemos não fazer nada […]  Depois do que a nossa cidade viveu, devemos enviar um sinal ao mundo: ‘Paris está de pé’”, justificou a presidente da câmara, Anne Hidalgo, numa recente entrevista ao semanário Journal du Dimanche.

O fogo-de-artifício foi anulado “por uma questão de decência”, segundo o município.  As projecções luminosas sobre o Arco do Triunfo serão de apenas dez minutos, entre as 23h50 à meia-noite local.

Por razões de segurança, a polícia decidiu limitar o tempo em que os Campos Elísios estarão reservados ao público: a avenida será encerrada à circulação automóvel 45 minutos antes da chegada de 2016 e reabrirá quando tiver passado meia hora do novo ano.

Nos últimos anos, os Campos Elísios, foram reservados para os festejos durante a maior parte da noite. Há um ano concentraram-se ali cerca de 600 mil pessoas.

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