Fenprof entrega assinaturas em defesa de regime especial de aposentação

As 30.000 assinaturas recolhidas foram entregues no Parlamento para que os professores com 40 anos de serviço possam ter reforma imediata.

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) entregou nesta terça-feira, no Parlamento, mais de 30.000 assinaturas em defesa de um regime especial de aposentação docente, marcando ainda para a próxima semana uma conferência sobre o desgaste na profissão. O secretário-geral desta estrutura, Mário Nogueira, explicou que o encontro agendado para dia 29 de Dezembro vai realizar-se no anfiteatro da Assembleia da República, contando com a presença de psicólogos e académicos para discutir o tema.

Para já, a federação sindical pretende "sensibilizar os deputados" para as propostas contidas na petição e que contemplam a aposentação imediata dos professores com 40 anos de serviço, "sem penalização", até ser negociado um regime que permita a aposentação ao fim de 36 anos de serviço e descontos. "Hoje, é muito difícil os professores conseguirem completar 36 anos de serviço em 36 anos de trabalho porque os primeiros anos têm muitas interrupções", afirmou Mário Nogueira, referindo-se aos horários incompletos a que os professores estão sujeitos quando não estão efectivos numa escola.

O dirigente sindical sublinhou que, hoje, as turmas têm mais alunos e o corpo docente está mais envelhecido, trabalhando num quadro de mega agrupamentos que obriga a várias deslocações entre escolas. "O stresse toma conta dos professores a partir de certa altura", frisou, defendendo que é necessária "uma renovação geracional" no corpo docente das escolas. Mário Nogueira espera agora que os grupos parlamentares possam apoiar a pretensão dos professores, através de iniciativas legislativas na Assembleia da República. A federação sindical sustenta a pretensão dos professores com "estudos nacionais e internacionais" que dão como certo o desgaste provocado pela profissão, ao nível físico e psicológico.

A partir de Janeiro, a Fenprof espera chegar a um calendário negocial com o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, onde além do tema das aposentações também estejam em cima das meses outras prioridades para a estrutura, como é o caso da contratação de professores, os horários de trabalho e, especificamente, os problemas no ensino artístico. Aliás, para todo o mês de Janeiro já foi entregue um pré-aviso de greve dos docentes das escolas de ensino artístico especializado.

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