"Curar e reparar" é o tema da bienal de arte de Coimbra em 2017

Na sua segunda edição, em 2017, a bienal vai contar com a curadoria de Delfim Sardo.

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Delfim Sardo Nuno Ferreira Santos

A bienal de arte contemporânea de Coimbra Anozero vai ter como tema "Curar e reparar" na sua segunda edição, em 2017, que vai contar com a curadoria de Delfim Sardo, antigo director do centro de exposições do Centro Cultural de Belém.

O curador da próxima edição da bienal Anozero explicou em conferência de imprensa que o tema proposto para 2017 deriva de Ill fares the land [o mal ronda a terra], título de um livro do historiador Tony Judt, propondo-se uma discussão sobre "as questões que se dirigem directamente à máquina avariada do mundo, como à fragilidade do corpo, à incerteza da economia, à necessidade de permanente compensação".

Apesar de a arte "não poder curar nem reparar", na bienal serão inscritas "algumas das questões" relacionadas com o facto de "o mundo ser uma máquina avariada", sublinhou Delfim Sardo.

A próxima bienal terá artes plásticas, fotografia, performance, vídeo, entre outros suportes, e vai contar com "cerca de 20 artistas", avançou, esclarecendo que haverá produções próprias. No entanto, o número dessas produções feitas a convite da bienal dependem de "questões orçamentais que ainda não estão fechadas".

De acordo com o curador, a edição de 2017 vai voltar a dialogar com o património de Coimbra, mas há a vontade de "haver uma maior concentração e não uma pulverização" dos espaços onde as obras estarão presentes.

Ainda em 2016, vão decorrer dois encontros teóricos "suportados por duas publicações", sendo que o objectivo é ter a programação fechada no final do próximo ano, de modo a que o ano de 2017 seja apenas para a produção da bienal, explanou Delfim Sardo.

A vereadora da Câmara de Coimbra Carina Gomes referiu que a organização vai continuar a ser da responsabilidade do município, Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (CAPC) e Universidade de Coimbra, mas as portas estão abertas "a mais parceiros".

Quanto a orçamento, a vereadora referiu que a autarquia disponibilizou 75 mil euros para a bienal, mas pode haver um "apoio pontual para trabalhos que têm de ser desenvolvidos".

Já a vice-reitora da Universidade de Coimbra Clara Almeida Santos vincou a possibilidade de o evento ser apoiado dentro de um projecto em torno de patrimónios mundiais da região Centro, que se pretende que seja candidato a fundos comunitários.

Clara Almeida Santos afirmou ainda que há a vontade de transformar a Bienal num evento com dimensão internacional.

Na conferência de imprensa, o director do CAPC, Carlos Antunes, voltou a realçar a necessidade de se criar uma estrutura profissional para o evento, considerando que a bienal não se pode realizar por menos de 200 mil euros.

No entanto, em Janeiro deste ano, Carlos Antunes tinha referido que, para a edição de 2015, 550 mil euros seria o orçamento suficiente para que a bienal se pudesse afirmar no panorama internacional.

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