Em França é preciso certificado médico para ser modelo

Nova lei quer combater magreza extrema e anorexia. Modelos passar a ter de atestar o seu estado de saúde

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Quem não cumprir, poderá ainda cumprir pena de prisão até seis meses e 75 mil euros de multa Paulo Pimenta

Para combater a magreza extrema e a anorexia, o Parlamento Francês aprovou esta sexta-feira, dia 18, uma lei que exige um certificado médico para trabalhar como modelo, afastando das passereles as mulheres e homens que não cumprar os requisitos definidos. Quem não o fizer, poderá cumprir pena de prisão até seis meses e 75 mil euros de multa.

No certificado deverá constar o "estado de saúde da modelo, assim como uma garantia de que o seu índice de massa corporal é compatível com o exercício da profissão", lê-se no texto da nova lei, citado pelo jornal espanhol "El Mundo". Para comprovar o estado de saúde, no relatório devem constar informações como morfologia, sexo, idade, historial de alimentação ou comprovativo de menstruação regular — tendo ficado de fora a ideia inicial de fixar um índice de massa corporal mínimo.

Os deputados franceses aprovaram ainda um artigo que estabelece que as fotografias de modelos retocadas "para estilizar ou aumentar a silhueta" devem ter um rótulo com essa indicação.

Inicialmente, a proposta de lei falava ainda de infracções de um ano de prisão e 10 mil euros de multa para websites onde fosse incitada a magreza em excesso. A alínea acabou por não ser incluída, o que agradou a profissionais e associações de combate a problemas alimentares. "Um estudo científico recente demonstrou que as pessoas que estão por detrás desses sites, e seriam penalizadas pela lei, sofrem de problemas de comportamento alimentar", argumenta ao "El Mundo" a presidente da Comissão dos Assuntos Sociais, Catherine Lemorton.

Em França, a anorexia nervosa, patologia psiquiátrica com altas taxas de mortalidade, afecta entre 30 e 40 mil pessoas e 90% destas são adolescentes.

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