Maria de Belém quer alargar o Conselho de Estado e promover o papel social das empresas

A candidata à Presidência da República defende que as empresas, “mais do que apenas lucro, têm a obrigação de proporcionar trabalho justo e digno” e congratula Costa pela garantia dada na situação do Banif.

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Maria de Belém diz que a sua candidatura está "para além dos partidos" Miguel Manso

A candidata presidencial Maria de Belém Roseira defendeu esta quinta-feira que o Conselho de Estado deve ser constituído por "representantes do espectro político partidário português" para que o Presidente da República contacte com a realidade nacional.

Em declarações aos jornalistas à margem de uma visita a Viana do Castelo, Maria de Belém foi questionada sobre os nomes que compõem as listas para o Conselho de Estado, as quais serão votadas na sexta-feira no parlamento, e manifestou-se "satisfeita", considerando que aquele órgão consultivo do Presidente da República "deve ter uma representação mais alargada".

"Não me devendo imiscuir nas competências da Assembleia da República, nos nomes que a Assembleia da República entende eleger, se este espectro mais alargado não estivesse garantido por essa via eu, se merecer a confiança dos portugueses e for eleita Presidente da República, garantiria por aquilo que é considerada a quota do Presidente da República, essa representação mais alargada", defendeu.

Para a candidata, essa "representação alargada" no Conselho de Estado "é absolutamente essencial, para que o Presidente da República contacte com toda a realidade político partidária nacional".

Na deslocação desta quinta-feira à capital do Alto Minho, que incluiu a recepção na Câmara Municipal pelo presidente socialista José Maria Costa e uma visita ao antigo navio hospital Gil Eanes, a ex-presidente do PS, escusou-se a fazer comentários sobre a candidatura presidencial que o PS poderá apoiar numa eventual segunda volta.

"As iniciativas de candidatura são pessoais, independentes dos partidos. Sinto-me muito confortável com esta situação. Evidentemente, tenho apoios cada vez mais alargados de personalidades do partido socialista o que é normal porque sou uma militante antiga do PS (...) Vejo como muito natural que, sendo militante socialista que haja muitos socialistas que me apoiem mas também não tenho nenhuns comentários relativamente uma posição de um partido porque esta candidatura está para além dos partidos", disse.

Adiantou que a existência de "muitos" candidatos às eleições presidenciais "favorece uma maior participação nas eleições porque as pessoas têm uma possibilidade de escolha mais alargada".

"Acho que é importantíssimo que diminua o nível de abstenção que se tem verificado em todos os actos eleitorais", sustentou.

Banif e a concertação social
Maria de Belém Roseira reuniu-se também com empresários, gestores, sindicalistas e associações patronais para discutir os problemas da concertação social, num encontro que durou mais de duas horas.

A candidata presidencial realçou a importância do papel social das empresas: “Mais do que apenas o lucro, as empresas têm a obrigação de proporcionar trabalho justo e digno", acrescentando que "os empresários devem assegurar que os trabalhadores devem estar envolvidos nos objectivos estratégicos das empresas".

Maria de Belém Roseira congratulou-se ainda com a garantia avançada pelo primeiro-ministro, António Costa, relativamente à "total segurança" do dinheiro dos depositantes no Banif. "Acho que é muito importante", afirmou Maria de Belém.

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