Penhora das Finanças agrava situação difícil do Diário Económico

Jornal está há meses à procura de comprador.

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O Diário Económico é propriedade da Ongoing Pedro Elias

O Diário Económico, que há meses se debate com problemas de liquidez e procura um comprador, viu agora as receitas penhoradas pelas Finanças, numa medida que agrava a situação do jornal, que já há muito paga salários com atraso e tem falta de dinheiro para despesas correntes.

A novidade foi comunicada nesta quarta-feira aos trabalhadores pelo director da publicação, Raul Vaz, e a notícia foi avançada pelo Expresso. Ao PÚBLICO Raul Vaz confirmou a penhora e afirmou que “a administração está a trabalhar na alteração deste quadro”.

Foi também dito aos trabalhadores do jornal que haverá nesta quinta-feira uma reunião com um potencial comprador. “É uma reunião de um processo em curso. Não é uma reunião definitiva”, observou o director do jornal, acrescentando que uma eventual solução terá de passar por cortes na empresa. “Qualquer processo, na minha opinião, implica necessariamente uma reestruturação, que tem de ser feita dentro das regras elementares de uma reestruturação, com respeito pelas pessoas e pelo direito das pessoas”, disse Raul Vaz.

O Diário Económico – que tem também uma televisão, a Económico TV – é detido pela Ongoing, uma empresa que foi accionista da PT e que tem participações em várias empresas de comunicação social. O empresário angolano Domingos Vunge mostrou interesse em comprar o título e é o único potencial comprador conhecido. Vunge é proprietário da editora angolana Media Rumo, que lançou este ano o semanário económico Mercado, e detém a revista Rumo, títulos focados em Angola, mas tambéms vendidos nos outros países de língua portuguesa.

O processo de venda está a ser conduzido pelo chinês Haitong Bank, o antigo BES Investimento, que estava encarregue da operação e que foi comprado pela Haitong este ano.

Domingos Vunge foi accionista da Score Media, empresa angolana com a qual o Económico teve uma parceria, e esteve ligado à venda do jornal Sol ao empresário angolano Álvaro Sobrinho.

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