Três fotolivros portugueses entre os melhores de 2015

Ma Vie Va Changer (GHOST), de Patrícia Almeida e David-Alexandre Guéniot, This Business of Living (Pierre von Kleist), de Daniel Blaufuks, e One’s Own Arena (Pierre von Kleist), de José Pedro Cortes, nomeados em sites e revistas da especialidade.

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Ma Vie Va Changer (GHOST), de Patrícia Almeida e David-Alexandre Guéniot DR
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Ma Vie Va Changer (GHOST), de Patrícia Almeida e David-Alexandre Guéniot DR
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Ma Vie Va Changer (GHOST), de Patrícia Almeida e David-Alexandre Guéniot DR
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Ma Vie Va Changer (GHOST), de Patrícia Almeida e David-Alexandre Guéniot DR
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This Business of Living (Pierre von Kleist editions), de Daniel Blaufuks DR
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This Business of Living (Pierre von Kleist editions), de Daniel Blaufuks DR
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This Business of Living (Pierre von Kleist editions), de Daniel Blaufuks DR
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This Business of Living (Pierre von Kleist editions), de Daniel Blaufuks DR
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One’s Own Arena (Pierre von Kleist editions), de José Pedro Cortes DR
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One’s Own Arena (Pierre von Kleist editions), de José Pedro Cortes DR
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One’s Own Arena (Pierre von Kleist editions), de José Pedro Cortes DR
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One’s Own Arena (Pierre von Kleist editions), de José Pedro Cortes DR

Há três fotolivros portugueses nas listas dos melhores do ano publicadas em sites e revistas da especialidade.

Ma Vie Va Changer (GHOST), da fotógrafa Patrícia Almeida e do programador e editor David-Alexandre Guéniot, está entre as escolhas de dois dos mais influentes críticos a nível mundial. No site americano photo-eye, o fotógrafo e crítico de fotografia Gerry Badger (autor, com Martin Parr, de The Photobook: A History) descreve a obra como um “álbum de família” feito para o filho dos autores, Gustavo, durante os recentes anos de crise financeira em Portugal. Badger sublinha a construção do livro, feita a partir de imagética vernacular íntima da família e de recortes de imprensa com alguns dos protagonistas da cena mediática nacional e internacional dos últimos cinco anos. E classifica-o como um livro “peculiar” e de “protesto existencial”. No site photobookstore Magazine, o designer, editor e curador holandês Erik Kessels (que nos últimos anos tem potenciado um olhar crítico no universo da fotografia vernacular) também escolheu Ma Vie Va Changer para a sua lista dos dez melhores fotolivros de 2015.

Numa conversa recente com o Ípsilon, os fundadores da GHOST contaram que a ideia de começar a fazer este livro surgiu pouco depois do nascimento da editora, em 2011. Se por um lado assume um pendor mais intimista (o formato faz lembrar um álbum de família), Ma Vie Va Changer documenta também um espectro alargado de acontecimentos, pondo em causa os usos e os vícios na utilização de imagens nos media. Da fusão de um e outro universo (o primeiro mais acarinhado por David, o segundo mais explorado por Patrícia) nasce uma reflexão sobre a forma como os momentos de um presente excepcional interferem no quotidiano de um núcleo familiar. Para além desta vontade de questionar o que se passou no período de intervenção da troika em Portugal, Ma Vie Va Changer corresponde também de maneira impulsiva a um “momento de urgência” provocado por uma doença diagnosticada a Patrícia. Depois de anos a acumular imagens (e imagens das imagens), apenas em 2014 começou a montagem. A cada dupla página surgem quatro imagens. E dentro destas aparecem outras, num registo de metafotografia que nos enreda num excesso, à maneira da actual cultura visual, um “tempo dos noticiários”. A edição foi feita em facsimile, um suporte que remete para a estética da cópia e por isso com mais potencial de circulação. “Cria uma relação entre o nosso álbum de família, único, íntimo, privado, e a sua reprodução, como objecto público, partilhado."

Entre os melhores do ano nas listas do photo-eye está também This Business of Living (Pierre von Kleist editions), de Daniel Blaufuks. E quem o escolheu foi o francês Rémi Coignet, director da revista The Eyes. Inspirado nos diários de Cesare Pavese, o livro de Blaufuks é descrito por Coignet como “uma meditação sobre a beleza e a complexidade da vida”.

Por fim, One’s Own Arena (Pierre von Kleist editions), de José Pedro Cortes, foi seleccionado por Tim Clark, director da revista on-line de fotografia contemporânea 1000 Words. O livro marca o fim de uma trilogia sobre lugares. Depois de Telavive (2011) e da Costa de Caparica (2013), Cortes concebeu um livro com imagens de Toyama (Japão). Para Clark, em One’s Own Arena “o olhar errante é muitas vezes devastadoramente perceptivo”. É o “melhor e mais seguro” fotolivro de José Pedro Cortes até à data, refere o fundador da 1000 Words.

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