Unicer conclui primeira fase da reestruturação e dispensa 65 trabalhadores

Processo prevê ainda o encerramento da unidade de Santarém.

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Dona da Super Bock foi acusada pela comissão de trabalhadores de "terrorismo social" Paulo Pimenta

A Unicer divulgou esta terça-feira ter concluído a primeira fase do processo de reajustamento anunciado em Outubro, tendo chegado a acordo indemnizatório com 65 trabalhadores da estrutura central e de apoio ao negócio.

Em comunicado, a cervejeira explicou que "na estrutura central e de apoio ao negócio, o processo decorreu com a serenidade necessária e está concluído. Apesar de ter sido anunciado o objectivo de desvinculação com 70 pessoas, o processo foi dado como concluído após acordo com 65 pessoas",

Segundo fonte da direcção da empresa "essas 65 envolvem casos de mobilidades para outras áreas e não renovações contratuais", havendo mesmo "situações de pessoas que tiveram possibilidade de mobilidade para outras empresas do grupo Carlsberg" e ainda trabalhadores que quiseram desvincular-se da organização.

Conseguidos os 65 acordos indemnizatórios, a empresa entendeu estar em condições "de preencher os requisitos destas reorganizações previstas" pelo que assume a possibilidade de as cinco pessoas restantes transitarem para a mobilidade interna, sendo reintegradas em áreas com funções a definir.

O processo de reajustamento prevê ainda o encerramento da unidade de Santarém, e a consequente dispensa de 70 trabalhadores, sendo a produção "entregue a um parceiro disponível para receber 25 dos colaboradores afectos ao processo", refere nota da Unicer.

Segundo fonte da direcção da empresa, o processo em Santarém "está já iniciado" e desde que foi comunicado o processo de reajustamento da Unicer, foi aberto um "gabinete de apoio, onde semanalmente há pessoas da direcção de pessoas a fazer um acompanhamento individual, com um apoio à clarificação das condições" da desvinculação.

"Nas próximas semanas o que queremos é (...) debruçarmo-nos no diálogo, caso a caso, para procurar no mais curto prazo possível encontrar um encaminhamento para essas pessoas", explicou a mesma fonte, lembrando ter sido criada "a possibilidade de 25 lugares no parceiro para candidaturas espontâneas".

Para além destas 25 vagas, a Unicer relembrou ter também 10 lugares "que podem ser mais" para os trabalhadores de Santarém que queiram optar por um regime de mobilidade interna.

"As pessoas não são, de maneira alguma, forçadas a comprometerem-se com as condições [da rescisão] no dia ou numa semana, têm tempo", frisou o responsável segundo o qual está a ser também oferecido aos trabalhadores um programa de apoio à procura activa de emprego, através de uma empresa que "ajuda individualmente cada pessoa na adequação do seu currículo e perfil profissional".

Na passada semana, e após um plenário na fábrica de Leça do Balio, a Comissão de Trabalhadores acusou a empresa de "terrorismo social" e de estar a pressionar os funcionários por estes não aceitarem a rescisão do vínculo de trabalho.

Questionada pela Lusa, a Unicer respondeu hoje que "a empresa não faz pressão, faz negociação" e lamentou as "declarações gravíssimas" e "infundadas" que chocaram a administração.

"A Unicer pratica sempre um diálogo frontal e transparente e até amigável. Como é evidente, nem todos os processos evoluem no mesmo sentido. Não do ponto de vista da conduta mas da forma como as pessoas reagem", assinalou.

No início de Dezembro, os Sindicatos e comissão de trabalhadores da Unicer convocaram nova greve, desta vez de 24 horas.

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