Portugal conhece hoje os seus adversários no Euro 2016

A selecção portuguesa tem o estatuto de cabeça de série no sorteio de Paris e, por isso, não jogará na fase de grupos com Alemanha, Espanha, França, Inglaterra e Bélgica.

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Ronaldo continuará a ser o porta-estandarte da selecção portuguesa durante o Europeu de 2016 PATRÍCIA DE MELO MOREIRA/AFP

Todas as sete figuras envolvidas hoje nos procedimentos do sorteio da fase final do Campeonato da Europa de França de 2016 são, de alguma forma, uma lembrança de momentos para esquecer no longo caminho da selecção portuguesa. O holandês Ruud Gullit e o alemão Oliver Bierhoff ajudaram a afastá-la de fases finais (Euro 1992 e Mundial 1998, respectivamente), Antonin Panenka ficou para sempre associado ao título europeu da Checoslováquia em 1976, que incluiu a eliminação da equipa lusa na qualificação, os franceses Bixente Lizarazu e David Trezeguet jogaram na meia-final do Euro 2000, o espanhol Vicente del Bosque orquestrou duas derrotas dolorosas (“oitavos” do Mundial 2010 e meias-finais do Euro 2012) e do grego Angelos Charisteas nem vale a pena falar. Mas a história mais recente de Portugal nos Europeus pode ser vista sob um prisma de sucesso.

Não há títulos, claro, mas há uma série corrente de cinco edições consecutivas a chegar pelo menos aos quartos-de-final, num percurso que incluiu presenças em três meias-finais e uma final.

Para já, o que vai ficar definido a partir das 17 horas no Palácio dos Congressos de Paris, um mês depois dos atentados terroristas na capital francesa e debaixo de fortes medidas de segurança, é a composição dos seis grupos naquele que será o torneio mais concorrido de sempre. A fase final foi aumentada de quatro para oito nações em 1980, voltou a dobrar os participantes em 1996 e agora terá mais oito. Com tantos pretendentes, será mais difícil falar na figura do “grupo da morte” — mas haverá certamente um que reúna o mínimo de condições, provavelmente o que tiver a Itália, a fava do pote 2. O alargamento na competição a disputar em Junho e Julho e a mudança de figurino que impulsionou significam, teoricamente, menos armadilhas e mais espaço para recuperar de um mau resultado. Para os oitavos-de-final, uma novidade, qualificam-se os dois primeiros de cada grupo, mas igualmente os quatro melhores terceiros.

O sorteio arranca com uma vantagem para Portugal, desta vez incluído entre o conjunto de cabeças de série, no pote 1. Por isso, evita desde logo o campeão mundial (Alemanha), o campeão europeu (Espanha) e o anfitrião (França), três selecções que em conjunto somam oito dos 14 troféus Henri Delaunay já atribuídos. Os outros que não verá na fase inicial são a Inglaterra, a única não perdeu qualquer ponto no apuramento, e a Bélgica, actual número um do ranking mundial.

Para Fernando Santos, Portugal é visto como uma das equipas a evitar pelos adversários. “Não acredito que sejamos um adversário desejado. Penso que nenhuma equipa, se pudesse escolher, escolhia Portugal. Obviamente que, com um lote de equipas fortíssimas, os adversários não querem ninguém do primeiro pote”, afirmou o seleccionador nacional, ao site da Federação Portuguesa.

Segundo o treinador, o estilo de Portugal não será condicionado pelos rivais, embora haja espaço para acertos. “Haverá sempre alguns ajustes, alguma atenção, principalmente nos aspectos fortes, como as bolas paradas, algo importante a trabalhar e que depende muito dos adversários, principalmente no plano defensivo”, considerou o seleccionador.

Pela primeira vez desde o Campeonato do Mundo de 1958, haverá no mesmo torneio quatro representantes das ilhas britânicas e um deles, o País de Gales, é mesmo o único adversário que Portugal nunca defrontou de forma oficial.

Mínimo de oito milhões
A UEFA anunciou que o valor global dos prémios monetários a distribuir durante o torneio vai subir substancialmente em relação ao Euro 2012, passando de 196 para 301 milhões de euros, fruto essencialmente do aumento das equipas. Cada uma das 24 selecções vai receber oito milhões como prémio de participação. Depois, estão reservados um milhão por vitória e 500 mil euros por empate. Atingir os oitavos-de-final garante mais 1,5 milhões, os quartos-de-final 2,5 milhões e as meias-finais quatro milhões. O finalista vencido terá ainda direito a cinco milhões, menos três do que o próximo campeão europeu.     

Lista dos potes

Pote 1: França, Espanha, Alemanha, Inglaterra, Portugal e Bélgica.

Pote 2: Itália, Rússia, Suíça, Áustria, Croácia e Ucrânia.

Pote 3: República Checa, Suécia, Polónia, Roménia, Eslováquia e Hungria.

Pote 4: Turquia, República da Irlanda, Islândia, País de Gales, Albânia e Irlanda do Norte.     

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