Viseu avança com a sua primeira ciclovia urbana

Rede vai ter, numa primeira fase, seis quilómetros e deverá ficar concluída até 2018. Pistas pensadas para ligar zonas da cidade com mais população, como, por exemplo, escolas e parques verdes. O desafio é o de construir uma ciclovia com 66 quilómetros

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A rede vai ligar equipamentos públicos ao centro administrativo e à zona histórica

A cidade de Viseu vai avançar com a criação da sua primeira rede de ciclovias urbanas. Numa primeira fase, e até 2018, o circuito vai ter uma extensão de seis quilómetros e abranger o núcleo da cidade, num investimento de 350 mil euros. A rede vai ligar equipamentos públicos ao centro administrativo e à zona histórica, anunciou a autarquia viseense. No futuro, o objectivo é o de chegar aos 66 quilómetros já que a rede, que integra o novo sistema de mobilidade suave em Viseu, contempla mais duas fases que farão a ligação às freguesias do concelho.

“Esta primeira fase é o primeiro salto, mas diria que é já um salto de tigre numa mobilidade mais amiga da qualidade de vida urbana, da economia e do ambiente e que prova que isto não é só apanágio das grandes cidades”, realçou Almeida Henriques, presidente da Câmara de Viseu.

Para o autarca, a implementação da rede “será uma revolução tranquila na mobilidade da cidade”. “Seis quilómetros serão o vírus positivo para transformar muitos hábitos e percepções. Isto vai ser uma moda que vai pegar e estou convencido que mais depressa do que se imagina. Vão-se alterar hábitos de transporte e de deslocação e o modo como vemos a bicicleta, os peões e os automóveis em Viseu”, disse. Anunciou ainda que o projecto vai estar em consulta pública a partir de Janeiro do próximo ano.

A ciclovia com os seis quilómetros vai ligar os pontos da cidade de utilização mais intensiva, como escolas secundárias e de ensino superior, o hospital, a central de camionagem, os parques verdes e a ecopista, assim como algumas ruas e praças do Centro Histórico. A autarquia está também a estudar a forma para a rede ser acompanhada pela criação de pontos de aparcamento e de “bike sharing”.

A ciclovia será composta por pistas partilhadas entre bicicletas e peões, entre bicicletas e automóveis e pistas exclusivas para bicicletas.

“A implementação da rede vai obrigar a alterações de arranjo urbanístico, de perfis das vias, na sinalização vertical e horizontal e no limite de tráfego nas vias partilhadas”, explicou Almeida Henriques.

Mas, para o autarca, a grande alteração vai ser conseguida na “mudança cultural”, admitindo que o desafio é o de “a 10 anos, cinco a seis por cento da mobilidade ser feita através de um meio de transporte não poluente”. “Viseu já é uma cidade que adopta a bicicleta no uso desportivo e turístico. Agora, vamos torná-la como meio de transporte e de mobilidade”, sustentou.

O projecto da ciclovia tem a ambição de alcançar uma extensão de 66 quilómetros, num investimento superior a 3,5 milhões de euros. O município espera ver disponibilizados meios dos fundos comunitários do Portugal 2020.

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