Federação Nacional de Educação quer stress na lista de doenças profissionais

Campanha Nacional da Saúde serviu para lançar inquérito segundo o qual quase um quarto dos professores já passou por situações de stress.

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Professores querem stress na lista de doenças profissionais CLÁUDIA RIBEIRO/NFACTOS

A Campanha da Saúde, que terminou este sábado, revelou situações de stress agudo nas escolas. A Federação Nacional de Educação (FNE) diz que quase um quarto dos professores já passou por situações de stress e quer que o stress seja incluído na lista de doenças profissionais.

Em comunicado, a plataforma sindical anuncia que no decorrer da campanha lançou um inquérito a professores. Recolheu 223 questionários validados: “Cerca de um quarto (23,3%) revelou que no seu percurso profissional já experienciou situações agudas de stress profissional".

Apesar de 17,4% dizer que desconhece os factores de risco, a FNE aponta para as turmas grandes, a elevada carga horária, as alterações permanentes na organização do sistema educativo, a incerteza profissional, a indisciplina, a burocracia, a competição, o mau relacionamento profissional e a excessiva extensão dos programas.

De acordo com a FNE, metade dos inquiridos revelou já ter faltado ao serviço por causa de lesões musculo-esqueléticas e quase todos (95%) afirmaram que os respectivos problemas de saúde estão frequentemente relacionados com as condições de trabalho.

A partir destes dados, a FNE exige ao actual Governo que a lista nacional de doenças profissionais seja actualizada e passe a incluir o stress, que haja prevenção centrada nas doenças profissionais e que todos os trabalhadores tenham direito a uma entrevista médica gratuita por ano.

No entender da FNE, todas as escolas deveriam ter delegados de saúde e segurança no trabalho. Deveria haver uma estreita colaboração entre escolas, centros de saúde e hospitais deveria ser criada uma base de dados confidencial de trabalhadores da educação, com historial de lesões ou doenças profissionais.

A Campanha Nacional da Saúde decorreu durante sete meses com a realização de sessões temáticas por todo o país e ilhas autónomas com o objectivo de sensibilizar os professores para algumas das questões "críticas" para estes profissionais, entre o stress, as perturbações músculo-esqueléticas e a voz.

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