TAP diz que sobretaxa no Natal e Ano Novo serve para “proteger passageiros”

Medida já provocou reacções do PS.

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Fernando Pinto diz que "esta sobretaxa é pontual". Miguel Manso

O presidente executivo da TAP explicou esta sexta-feira, em Albufeira, que a sobretaxa que a companhia vai aplicar no Natal e Ano Novo serve para "proteger o passageiro" que quer voar e não tem lugar porque outro retém uma reserva.

"Esta sobretaxa é pontual, é aplicada em algumas datas mais críticas [de procura elevada] e em determinados voos. (…) Mas o grande objectivo foi proteger os passageiros. Nós damos um prazo [quando se faz uma reserva] e o passageiro não confirma a reserva nesse prazo. Então, se ainda quer viajar, tem que pagar a sobretaxa. No passado, nós deixávamos simplesmente cair a reserva", disse Fernando Pinto, explicando ainda que "quem não confirma está a impedir que outro passageiro que ‘está louco' para viajar no Natal o possa fazer".

Na quinta-feira, o presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) disse que ia pedir mais esclarecimentos à TAP sobre a sobretaxa que a transportadora pretende aplicar em datas específicas no Natal e Ano Novo.

Nesta sexta-feira, durante o 41.º Congresso da APAVT, que decorre em Albufeira, Fernando Pinto respondeu directamente às dúvidas de Pedro Costa Ferreira.

A TAP vai aplicar uma sobretaxa de 25 a 100 euros aos voos realizados nos períodos de Natal e Ano Novo cujos bilhetes sejam comprados depois de 6 de Dezembro, confirmou a companhia, justificando a decisão com a "forte procura" desta época e com os poucos lugares já disponíveis.

"A sobretaxa só é aplicável a quem ainda não fez reservas e não tem bilhetes emitidos. Todos os que tenham reservas, desde que paguem até 6 de Dezembro, não têm qualquer taxa", disse à Lusa fonte oficial da companhia aérea.

A notícia avançada, na segunda-feira passada, pelo jornal digital PressTUR e citando fonte oficial da TAP, explicava que as taxas se aplicam por percurso, sendo de 25 euros nos voos dentro da Europa, incluindo para ilhas como Madeira e Açores, de 50 euros nas ligações para África, Atlântico Médio (Venezuela) e América do Sul (como Brasil) e 100 euros para a América do Norte. Os valores serão pagos por percurso, ou seja, um voo do continente para a Madeira implica 25 euros de sobretaxa na ida e mais 25 euros no regresso.

As taxas aplicam-se em dias específicos da época natalícia, dependendo do destino. Por exemplo, para a Madeira serão cobradas entre os dias 18 e 23 de Dezembro e 27 e 30 de Dezembro na ida e nos voos de regresso entre 1 e 6 de Janeiro.

PS pede explicações
Os deputados socialistas exigiram, esta sexta-feira,  uma resposta por parte do regulador do sector, a ANAC sobre esta questão. No documento, o PS diz que "este agravamento nos custos das viagens, num período festivo como é o Natal e a Passagem do Ano, traduz um agravamento injustificado, de claro aproveitamento do período em causa, sendo feito por parte de uma companhia como a TAP que foi objecto de uma privatização concretizada pela 'calada da noite' num negócio com contornos que ainda não estão totalmente clarificados".

"O aumento de preços neste período é injustificado e inédito por parte da TAP, sendo mais um sinal preocupante da forma como esta empresa se vai agora comportar no mercado, podendo esta atitude levar à quebra de confiança dos seus utilizadores", defendem os socialistas, que querem saber se a TAP informou o regulador da decisão de criar a sobretaxa, e se a ANAC tomou algum tipo de medida.

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