Accionistas da Nokia aprovam compra da Alcatel-Lucent

Negócio deverá estar concluído já no próximo trimestre.

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O negócio da Nokia está cada vez mais focada nas infraestruturas de comunicações AFP / LEHTIKUVA / Roni Rekomaa

Sem surpresas, os accionistas da Nokia aprovaram nesta quarta-feira, numa assembleia geral extraordinária, a compra da rival francesa Alcatel-Lucent. Na prática, o negócio significará a fusão das duas empresas, cujas operações se complementam no mercado das infra-estruturas de comunicações.

A aquisição, que foi acordada em Abril e já recebeu aprovações regulatórias (incluindo em Bruxelas, em França e nos EUA), prosseguirá agora com uma oferta por parte da Nokia para que os accionistas da Alcatel-Lucent troquem as acções que têm por acções da empresa finlandesa. Para ser bem-sucedida, esta oferta terá de ser aceite por mais de metade dos detentores de capital da multinacional francesa. No final do processo, os accionistas da Nokia terão dois terços da empresa e o restante ficará nas mãos dos actuais accionistas da Alcatel. As duas companhias esperam que o negócio esteja concluído já no primeiro trimestre de 2016.

Combinadas, as duas empresas têm cerca de 110 mil trabalhadores. Avançam para a junção numa altura em que o sector vê nascer outra aliança de peso. A Ericsson e a Cisco anunciaram este mês uma parceria, cuja visão estratégica é semelhante à da Nokia e da Alcatel: combinar infra-estruturas de comunicações fixas com comunicações móveis e beneficiar mutuamente da respectiva propriedade intelectual. Tanto num caso como no outro, as empresas estão a posicionar-se para o mercado emergente da Internet das Coisas. Trata-se de um cenário em que todo o tipo de equipamentos (de electrodomésticos a carros, portas e janelas) estão ligados em rede e comunicam entre si, abrindo novas possibilidades de negócios para as companhias que fornecem os equipamentos que estão na base destas comunicações.

A compra da Alcatel-Lucent é mais um passo no caminho de transformação que a Nokia está a seguir desde que deixou fugir o mercado dos telemóveis. Quando vendeu esta unidade de negócio à Microsoft, a Nokia passou a focar-se nos equipamentos de rede. Tem também uma unidade de licenciamento de propriedade intelectual, o que inclui a marca Nokia, que está a ser usada por fabricante chinês. Por fim, já este ano, a multinacional finlandesa vendeu os mapas Here e respectivos serviços de georreferenciação a um consórcio que juntou a Audi, BMW e Daimler (a dona da Mercedes).

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