Kobe Bryant e o cesto separam-se em 2016

Estrela dos Lakers anunciou que acabará a carreira no final da temporada.

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Kobe Bryant, de 37 anos, está a cumprir a 20.ª época nos Los Angeles Lakers E. Hingle/USA TODAY Sports

A não ser que aconteça algo acidental, como lesões ou uma improvável qualificação da equipa para os play-offs, há apenas mais 66 oportunidades para ver Kobe Bryant jogar pelos Lakers. O extremo-base, de 37 anos, um dos melhores basquetebolistas de sempre, acabou com a especulação sobre o seu futuro e confirmou que acabará a carreira no final desta temporada.

“Esta época é tudo o que me resta para dar”, escreveu Bryant num texto publicado no site The Players Tribune. A estrela da NBA assume que a condição física o obriga a retirar-se no próximo ano. “O meu corpo sabe que é hora de dizer adeus”. Para Magic Johnson, outra lenda dos Lakers, “nunca haverá outro como Kobe Bryant”.

A decisão, revelada antes do jogo caseiro contra os Indiana Pacers, teve como resultado imediato o aumento do preço dos bilhetes de vários dos encontros dos Lakers como visitantes até ao final da fase regular, mas não foi propriamente inesperada. Com Bryant, depois de várias lesões nas derradeiras épocas, no último ano de contrato e com a direcção incapaz de manter a equipa competitiva, este era um desfecho plausível. O jogador, o 3.º com mais pontos na história da NBA, admitiu que já se tinha decidido no Verão e que o tinha revelado então a Michael Jordan, o seu grande ídolo e o jogador a que mais vezes foi comparado.

"Tive de aceitar o facto de já não querer fazer mais isto”, disse depois do jogo com os Pacers, que terminou com 13 pontos e mais uma derrota (103-107), a 14.ª em 16 encontros para a formação de Los Angeles, que continua no último lugar da Conferência Oeste. “Treino muito, mesmo muito, apesar de estar a jogar uma porcaria”.

De facto, nesta época, a performance de Kobe tem piorado. Ainda tem uma média de pontos respeitável (15,5), mas regista a pior percentagem de lançamentos da carreira (30,5%) e os Lakers parecem condenados a ficar de fora dos play-offs novamente. Contudo, quando a reforma for uma realidade, é pelos muitos títulos colectivos e individuais que o n.º 24 vai ser lembrado.

Bryant é uma lenda da modalidade e da NBA, mas primordialmente um símbolo dos Lakers, o clube de que é adepto desde pequenino e o único que representou enquanto profissional, declinando sempre qualquer possibilidade de transferência. Depois de ser eleito pelos Charlotte Hornets com a 13.ª escolha do draft de 1996 - sem passar pelo desporto universitário, ao contrário do que é habitual nos EUA -, foi transferido imediatamente para os Lakers por troca com o poste sérvio Vlade Divac. Um erro histórico para os Hornets, que receberam como contrapartida um dos melhores basquetebolistas europeus de sempre, mas longe do calibre de Bryant, e nem sequer o conseguiram manter mais do que duas épocas. Nos anos seguintes, Kobe, o único que jogou 20 épocas na mesma equipa, ajudou os Lakers a ganhar cinco títulos (2000, 2001, 2002, 2009 e 2010), os três primeiros em colaboração com Shaquille O’Neal, e os EUA a vencer dois Jogos Olímpicos (2008 e 2012).

A carreira do jogador de quem Phil Jackson, seu antigo treinador, disse “tornar possível o impossível, tal como Jordan”, após vê-lo marcar 81 pontos aos Toronto Raptors em 2006, ainda pode ter um acrescento no Verão, se for convocado para representar os EUA nos Jogos do Rio.

B.I.
Idade: 37
Naturalidade: Filadélfia, EUA.
Clubes: Los Angeles Lakers (desde 1996)
Títulos da NBA: 5 (1999-2000, 2000-01, 2001-02, 2008-09, 2009-10)
MVP da NBA: 1 (2007-08)
MVP da Final da NBA: 2 (2008-09, 2009-10)
All-Star da NBA: 17 (1997-98, 1999-2000 a 2014-15)
Melhor marcador da NBA: 2 (2005-06, 2006-07)
Cinco ideal da NBA: 11 (2001-02 a 2003-04, 2005-06 a 2012-13)
Melhor quinteto defensivo da NBA: 9 (1999-2000, 2002-03, 2003-2004, 2005-06 a 2010-11)

Medalha de ouro nos Jogos Olímpicos: 2 (2008, 2012)

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