O empate (1-1) na visita ao Vasco da Gama e a derrota do Atlético Mineiro - o único clube que ainda poderia impedir o Corinthians de chegar ao título brasileiro -, por 4-2 frente ao São Paulo, permitiram que o “Timão” fechasse a 35.ª jornada com 77 pontos, mais 12 que o seu “perseguidor”. Um resultado impossível de ser alcançado a três jornadas do final do campeonato, naquela que foi uma campanha quase perfeita – não fosse a queda na Taça dos Libertadores e no Campeonato Paulista. É o sexto título do Corinthians no campeonato brasileiro. Os outros cinco foram conquistados em 1990, 1998, 1999, 2005 e 2011.

E é com o troféu deste ano que o clube iguala Flamengo e São Paulo no ranking do Brasileirão. Num patamar acima estão o Palmeiras e o Santos, ambos com oito campeonatos brasileiros. São dois troféus de diferença que, caso sejam alcançados, fazem jus à outra alcunha do “Timão” de São Paulo: “campeão dos campeões”.

Na ressaca do hexacampeonato, a imprensa brasileira faz questão de evidenciar alguns “heróis” da equipa, que saltaram do banco para tapar os buracos consequentes da saída de jogadores importantes no final da época transacta, como é o caso do médio Jadson e do avançado Vagner Love. Ambos marcaram por 13 vezes nesta época. Também aclamados têm sido Renato Augusto, médio, e Cássio, guarda-redes, que integraram a última convocatória de Dunga para a selecção brasileira – o médio foi até titular e marcou o segundo golo da vitória, por 3-0, frente ao Peru.

Com o melhor ataque (64 golos marcados) e a melhor defesa (27 golos sofridos) do campeonato, o Corinthians é também a equipa com melhor desempenho a jogar tanto em casa como fora. Perdeu apenas por quatro vezes.

Há quatro anos que o Estado de São Paulo não ganhava um Brasileirão, precisamente quando o Corinthians foi campeão pela última vez, em 2011. Com uma média superior a um título por ano desde essa altura, a imprensa brasileira descreve este ciclo como “década de ouro”. Para além dos dois troféus do Brasileirão, o clube conquistou o Campeonato Paulista (2013), a Taça dos Libertadores (2012), o Mundial de Clubes (2012) e a Supertaça Sul-americana (2013). Todas sob o comando de Tite, treinador com três passagens pelo Corinthians. A primeira em 2004-05, a segunda entre 2010 e 2013 e, por fim, após um ano sabático, regressou para a terceira passagem, assumindo o cargo no final de 2014.  

Agora com o sexto título garantido, o clube tem sérias preocupações fora de campo: nove jogadores terminam contrato entre Dezembro deste ano e Dezembro do próximo. Um cenário que o campeão brasileiro quer acautelar, já que sofreu com uma “debandada” do género no final da temporada passada. Ralf, Bruno Henrique, Renato Augusto, Jadson, Lucca e Vagner Love fazem parte do grupo de médios e avançados que lideraram a conquista do hexa e que podem sair livremente do clube dentro de um ano.

O Corinthians vai receber a taça de campeão no próximo jogo que opõe o “Timão” ao rival São Paulo, com previsão de um estádio com lotação máxima.