Laboratórios públicos dos EUA deixam de usar chimpanzés como cobaias

Os 50 chimpanzés detidos pelos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos para investigação biomédica vão para um santuário.

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Os chimpanzés em cativeiro foram considerados ameaçados de extinção nos EUA Daniel Munoz/Reuters (arquivo

Os chimpanzés deixaram de ser utilizados para a investigação biomédica pelos institutos de investigação públicos dos Estados Unidos. Os 50 representantes desta espécie que ainda estão em cativeiro vão ser transferidos para um santuário, anunciaram as autoridades de saúde norte-americanas esta quarta-feira.

Esta decisão dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês) foi tomada dois anos e meio depois de os próprios institutos terem decidido parar quase integralmente a investigação biomédica que usa chimpanzés, os animais mais próximos dos humanos, com os quais temos em comum 98% do ADN.

Desde 2013, não foi aprovado nenhum projecto de investigação que recorresse a chimpanzés. No ano anterior, os Serviços das Pescas e da Vida Selvagem dos Estados Unidos consideraram os chimpanzés em cativeiro como uma espécie ameaçada.

Segundo os NIH, esta designação de espécie ameaçada obrigou os investigadores a obter uma autorização suplementar para poderem fazer experiências científicas susceptíveis de ferir estes primatas. Mas nenhum pedido foi feito.

“Em consequência das várias mudanças nos últimos anos e da redução significativa do pedido de chimpanzés para a investigação médica financiada pelos NIH, é evidente que chegámos a um momento crítico”, disse Francis Collins, cientista e director dos NIH, em comunicado. “De acordo com o compromisso dos NIH de Junho de 2013, reexaminei a necessidade de manter chimpanzés para a investigação biomédica e decidi, com efeito imediato, que se vai dispensar a nossa colónia de 50 chimpanzés para investigação futura.”

Por isso, os chimpanzés dos NIH deverão “reformar-se imediatamente” e ir para o “Paraíso dos Chimpanzés”, um santuário federal em Keithville, no Luisiana, concluiu Francis Collins.

Os NIH declaram ainda que vão continuar a usar outros primatas "não humanos" em investigação.

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