A França, sempre!

Mais uma vez, os cidadãos da França dão ao mundo um exemplo de firmeza e maturidade civilizacional.

O Presidente François Hollande mais uma vez mostrou incorporar as mais admiráveis virtudes da república francesa.

O discurso que fez ontem em Versalhes foi corajoso, prático e, acima de tudo, claro. Mostrando a poderosa utilidade do laicismo, Hollande defendeu que foram franceses que assassinaram franceses. Está correcto.

Recusando-se a falar noutras identidades religiosas ou culturais que só servem para estabelecer a confusão e a cegueira, Hollande propôs levar à votação medidas severas para poder reforçar a segurança do Estado contra os ataques e os assassinos terroristas.

Não é apenas François Hollande que suscita o nosso afecto e respeito: mais uma vez, os cidadãos da França dão ao mundo um exemplo de firmeza e maturidade civilizacional.

É uma civilização de perpétua polémica, de insistência na diferença e no debate, cuja saúde cultural vem dessa sempre inquieta e acesa discussão. Nem sequer se procuram consensos. Procuram-se as luzes e as faíscas dos confrontos de ideias e de paixões: é o contrário duma paz calada e chocha.

Hollande, como todos os presidentes franceses, é impiedosamente atacado desde o dia em que tomou posse. Mas também é apoiado por muitos dos maiores detractores quando a república de todos os cidadãos é atacada.

É plausível pensar que se não fosse Hollande o presidente mas outro político francês, da mesma ou doutra força política, teria a mesma coragem, frontalidade e sentido de Estado. É, também, consolador.

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