Marriott compra dona do Sheraton e cria gigante da hotelaria

Fusão criará o maior grupo do sector, com 5500 hotéis e mais de um milhão de quartos em todo o mundo.

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Dona do Sheraton, a Starwood, tem cinco hotéis em Portugal. Marriot tem outros cinco Rui Gaudêncio

A cadeia hoteleira americana Marriott anunciou, nesta segunda-feira, ter adquirido a sua concorrente Starwood por 12,2 mil milhões de dólares (11,1 mil milhões de euros), com o objectivo de criar o maior grupo do sector, com 5500 hotéis e 1,1 milhões de quartos em 100 países.

De acordo com o comunicado oficial onde é anunciada a fusão dos dois gigantes do sector, os accionistas da Starwood (que tem os hotéis Le Méridien ou Sheraton) vão receber 0.92 acções da Marriott e dois dólares por cada título em dinheiro. A nova empresa “vai oferecer maiores hipóteses de escolha aos hóspedes, mais oportunidades aos associados e deve desbloquear valor adicional aos accionistas da Marriot e da Starwood”, referem as cadeias, numa declaração conjunta. As vendas combinadas dos últimos 12 meses (terminados em Setembro) ultrapassam os 2,7 mil milhões de dólares, indicam.

A fusão criará um “portefólio mais completo” e permitirá economias de custos avaliadas em 200 milhões de dólares por ano, dois anos após a concretização do negócio. O grupo Marriott está sedeado em Bethesda, Estados Unidos, tem mais de 4300 hotéis em 85 países e reportou vendas de quase 14 mil milhões de dólares no ano passado. A cadeia tem cinco unidades hoteleiras em Portugal. Já as insígnias da Starwood marcam presença através do Sheraton Porto e Sheraton Lisboa, Convento do Espinheiro, em Évora, e do complexo Pine Cliffs em Albufeira. No total, a Starwood tem mais de 1270 imóveis e emprega 180 mil pessoas nas unidades de que é proprietária e gestora.

“Concorremos com a Starwood durante décadas e também os admiramos. Estou entusiasmado com o facto de podermos adicionar novos hotéis de qualidade à nossa rede e pelas oportunidades incríveis [que surgirão] aos associados da Marriott e da Starwood”, disse J.W. Marriott Junior, chairman executivo, referindo-se aos empresários com quem as cadeias trabalham em regime de franchising.

Já Bruce Duncan, chairman da Starwood, justifica o negócio com um maior “valor a longo prazo para os accionistas”, que vão beneficiar ao passarem a ser donos de “uma das empresas mais respeitadas do mundo, com um potencial de crescimento ainda mais potenciado pelas sinergias de custos”. 

A fusão, que deverá ser concretizada em meados de 2016, é a maior no sector hoteleiro desde que a Blackstone comprou a cadeia Hilton por 26 mil milhões de dólares em 2007. Como recorda a Bloomberg, a Starwood tem vindo a procurar oportunidades de parceria e, pelo menos, três empresas chinesas terão avançado com propostas. Outro dos potenciados interessados era a Hyatt, noticiou a CBNC. 

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