U2 cancelam concerto, Deftones tinham três noites de concertos no Bataclan

Praticamente todas as salas de espectáculos de Paris vão estar fechadas durante este fim-de-semana.

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Os U2 estão em Paris há quase uma semana Paulo Pimenta

Ao mesmo tempo que museus, bibliotecas e exposições não abrem portas ao público neste sábado, depois de declarado o estado de emergência em Paris, também os concertos agendados para o fim-de-semana vão sendo cancelados. O maior destaque da noite parisiense neste sábado eram os U2 que cancelaram o concerto com a promessa de o reagendarem numa data apropriada. Aos Eagles of Death Metal, seguiam-se já hoje no Bataclan os norte-americanos Deftones para uma série de três concertos, que também já não vão acontecer. Le Butcherettes, Braids, Ultimate Painting ou The Dø também actuariam neste sábado.

Ainda as operações de socorro aconteciam e os U2 anunciavam no seu site que o concerto agendado para este sábado no AccorHotels Arena não ia acontecer. Há quase uma semana que os irlandeses estão em Paris, como se pode ver pelas muitas fotografias partilhadas pela cidade no Facebook da banda. O concerto deste sábado exigia aos U2 uma preparação especial uma vez que o espectáculo ia ser transmitido pela HBO – o canal está a fazer um documentário sobre a digressão Innocence + Experience, que deverá trazê-los a Portugal no próximo ano.

Num breve comunicado, a banda diz estar em choque com o atentado que matou 127 pessoas, deixando feridas outra centena. “Estamos devastados pelas vidas perdidas no concerto dos Eagles of Death Metal, os nossos pensamentos vão para as vítimas e as suas famílias”, lê-se ainda. A nova data do concerto porém ainda não foi anunciada. O AccorHotels Arena é a maior sala de concertos de França, com capacidade para mais de 20 mil pessoas. Não fica muito longe do Bataclan, palco da maior carnificina da noite. São cerca de cinco quilómetros de distância.

No Bataclan, como é habitual, os concertos seguem-se uns aos outros. Depois dos Eagles of Death Metal era vez de neste sábado subirem ao palco os Deftones. A banda de nu-metal que se destacou ao terceiro disco, White Pony, no início dos anos 2000 iniciava neste sábado uma série de três concertos. Os norte-americanos estiveram, aliás, no concerto trágico dos Eagles of Death Metal mas abandonaram a sala cerca de 15 minutos antes do ataque, escreve o LA Times. “Obrigada pela vossa preocupação sobre o nosso bem-estar. A banda e a equipa estão seguras”, lê-se no Facebook dos Deftones.

Os U2 e os Deftones são apenas dois dos 13 concertos agendados para a noite neste sábado em Paris, segundo a aplicação Bandsintown, um agregador de concertos. O espectáculo dos mexicanos Le Butcherettes, que ainda na semana passada actuaram no Sabotage em Lisboa, também foi cancelado. A banda de Teri Gender Bender tinha concerto marcado para o Point Ephémère, que estará fechado não só neste sábado como no domingo também.

Os canadianos Braids também não vão actuar no L'Archipel, assim como o histórico maliano Salif Keita, que ainda este ano encabeçou o cartaz do Festival Músicas Mundo em Sines, não vai subir ao palco da Philharmonie de Paris. A mítica sala de concertos Olympia também não vai abrir – actuavam aqui pela segunda noite consecutiva os The Dø, um duo de rock alternativo formado por Dan Levy e Olivia Merilahti.

Os londrinos Ultimate Painting e os norte-americanos Dawn of Midi também têm concertos marcados para esta noite mas sobre estes ainda não foi divulgada nenhuma informação.

O Festival les inRocKs Philips, promovido pela revista francesa com o mesmo nome, e que leva vários a artistas a cidades como Paris, Lyon, Nantes ou Toulose foi cancelado na capital francesa. Os concertos aconteciam entre sábado e domingo e incluíam espectáculos de John Grant, Lapsley ou Lindstrøm.

Nos Estados Unidos, os Coldplay cancelaram o concerto de sexta-feira que ia ser transmitido em directo no Tidal, serviço de streaming de Jay-Z. Já Justin Bieber recorreu ao Twitter para deixar a sua homenagem às vítimas e explicar que juntamente com a sua equipa decidiu manter a sua agenda “para trazer alguma luz e esperança àqueles que sofrem”.

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