PDR aponta falta de "ética política" a Governo PS

O partido de Marinho e Pinto acredita que a solução de Governo PS “esvazia o centro político” e “polariza e radicaliza a sociedade portuguesa”, numa altura em que está necessitada de “consensos políticos sólidos”.

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Marinho e Pinto vê no PS “ânsia de poder” e “teia clientelar” Miguel Manso

O Partido Democrático Republicano (PDR) critica a falta de “ética política” do PS, ao defender que “nenhum eleitor em consciência” votou contra ou a favor das propostas consignadas nos três acordos assinados pelos socialistas com o Bloco de Esquerda, Partido Comunista e “Os Verdes”.

A Comissão Política do partido presidido por Marinho e Pinto reuniu nesta sexta-feira para discutir a moção de rejeição aprovada no Parlamento, em que o XX Governo Constitucional, liderado por Pedro Passos Coelho, foi demitido.

O PDR entende que o voto dos eleitores “não é um cheque em branco dado aos partidos”, mas sim “um compromisso político com as propostas apresentadas durante a campanha eleitoral”. Desta forma, os acordos celebrados entre os partidos de esquerda não fazem parte do “leque de opções oferecidas aos eleitores durante a campanha eleitoral”.

O PDR admite até que “tais acordos nem sequer fossem vislumbrados como hipótese remota pela generalidade dos eleitores portugueses” e, por isso, ninguém “em consciência” votou a favor ou contra as posições conjuntas da esquerda. O PDR não questiona a legitimidade político-jurídica desta solução, mas recusa a decisão do ponto de vista da "ética política”.

O partido liderado pelo antigo bastonário da Ordem dos Advogados vai mais longe e põe em causa a transparência da solução de governo preconizada pelo PS, que “responde mais a problemas internos do Partido Socialista e da sua liderança do que aos problemas de Portugal e dos portugueses”. O PDR lamenta que o Governo de esquerda satisfaça mais a “ânsia de poder da teia clientelar existente em torno do PS” do que os interesses nacionais.

Para o PDR, “esta solução, esvaziando o centro político, vai polarizar e radicalizar a sociedade portuguesa, precisamente numa altura em que eram mais necessários consensos políticos sólidos para enfrentar as dificuldades do país no quadro europeu e mundial”. O partido fundado em Coimbra preferia que o PS “se assumisse como um partido de oposição a um governo minoritário na Assembleia da República”, impedindo “derivas de austeridade” e corrigindo outras “consequências mais nefastas” com o apoio pontual dos outros partidos de esquerda. Notícia editada por Leonete Botelho

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