Valter Hugo Mãe e Chico Buarque entre os finalistas do Prémio Oceanos

O prémio será entregue no dia 8 de Dezembro no Auditório Ibirapuera, em São Paulo.

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Valter Hugo Mãe quando recebeu o Grande Premio Portugal Telecom 2012 com o romance A Máquina de Fazer Espanhóis

O escritor português Valter Hugo Mãe, com o romance A Desumanização, e o brasileiro Chico Buarque, com o romance O Irmão Alemão, estão entre os 14 finalistas do Oceanos - Prémio de Literatura em Língua Portuguesa, divulgou esta quarta-feira a organização.

O galardão, que substitui a partir deste ano o Prémio Portugal Telecom, é co-organizado pelo Itaú Cultural e tem como curadora a produtora cultural brasileira Selma Caetano.

Valter Hugo Mãe e Chico Buarque vencedoram o prémio Portugal Telecom, em 2012 e 2010, respectivamente.

Este ano o Prémio Oceanos não se dividirá em categorias, mas será entregue aos quatro primeiros colocados, que receberão, respectivamente, 100 mil reais (28.600 mil euros), 60 mil reais (17.200 euros), 40 mil reais (11.400 euros) e 30 mil reais (8.500 euros).

Segundo a organização, a disputa que levou à escolha dos livros finalistas foi renhida e, por isso, foram nomeadas 14 obras, e não as 12, habituais, porque três das obras ficaram empatadas na votação. O anúncio dos vencedores será feito no dia 8 de Dezembro, no Auditório Ibirapuera, em São Paulo.

“A carreira literária ou a importância no panorama literário não foi analisada e sim a obra desvinculada de toda a produção do autor”, afirmou a curadora, Selma Caetano, num comunicado divulgado pela organização.

Entre os finalistas também estão A Calma dos Dias, de Rodrigo Naves, Mil Rosas Roubadas, de Silviano Santiago, O Homem-Mulher, de Sérgio Sant’Anna, Por Escrito, de Elvira Vigna, todos da editora Companhia das Letras, assim como O Irmão Alemão, de Chico Buarque.

Editados pela Cosac & Naif, além do livro de Valter Hugo Mãe, A Desumanização, concorrem Dez Centímetros Acima do Chão, de Flavio Cafieiro, Ondas Curtas, de Alcides Villaça e Tempo de Espalhar Pedras, de Estevão Azevedo.

Os outros finalistas são A Primeira História do Mundo, de Alberto Mussa (editora Record), Querer Falar, de Luci Collin, e Um Teste de Resistores, de Marília Garcia (ambos da 7 Letras e o último foi publicado também em Portugal, pela editora Mariposa Azual ), Saccola de Feira de Glauco Mattoso (NVersos) e Totem, de André Valias (Cultura e Barbárie).

O total de obras inscritas na primeira fase do galardão foi de 664, sendo a poesia com mais concorrentes, 252 livros, seguida do romance, com 172, dos contos (102) e das crónicas (32), todos publicados no Brasil, em primeira edição, em 2014.

Os autores angolanos Pepetela, com o livro O tímido e as mulheres, e Ondjaki, com O céu não sabe dançar sozinho, estavam entre os 63 semifinalistas, mas não foram seleccionados nesta fase.

Os organizadores do Prémio Oceanos informaram ter chegado a um “consenso” sobre a necessidade de rediscutirem estratégias para a participação de escritores africanos e para o reforço do carácter lusófono do galardão.

“Oceanos deve crescer em vários sentidos em 2016, da sua influência no debate literário e cultural no Brasil ao aprofundamento da participação mais efectiva dos livros escritos originalmente em língua portuguesa”, afirmou Eduardo Saron, director do Itaú Cultural, no mesmo comunicado.

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