Artur Santos Silva: “É uma perda muito séria para a cidade"

Presidente da Fundação Gulbenkian e portuense fala de Paulo Cunha e Silva.

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O Teatro Rivoli é um dos palcos que Cunha e Silva quis devolver à cidade Paulo Pimenta

Artur Santos Silva presidia à Porto 2001 quando conheceu Paulo Cunha e Silva, um dos programadores. O actual presidente da Fundação Gulbenkian esteve menos de um ano à frente da Capital Europeia da Cultura mas, garante, isso foi quanto bastou para ficar a respeitá-lo, a admirá-lo. “O Paulo Cunha e Silva fez na Porto 2001 um trabalho excelente pelo seu entusiasmo, pela sua capacidade de se empenhar em tudo, pela atitude criativa e desafiante permanente”, disse ao PÚBLICO.

Personalidade forte, de “sólidas convicções” e com uma “tendência natural para o diálogo”, assim o descreve Santos Silva, o curador deu depois continuidade ao seu “trabalho estimulante” na Fundação de Serralves e, mais recentemente, na vereação da Cultura, onde é visível o seu contributo para “o relançamento da actividade artística dependente da câmara”, na vida dos teatros ou em “iniciativas fundamentais” como o Fórum do Futuro, diz o também presidente do BPI.  “Tenho muita pena de perdê-lo porque gostava muito dele. Mas a sua morte é também uma perda muito séria para a cidade. E uma perda difícil de superar.”

Santos Silva lembra que nestes dois últimos anos de vereação, Paulo Cunha e Silva conseguiu “com muito pouco” pôr várias forças e instituições culturais da cidade a dialogar. E conseguiu que esse diálogo desse “frutos claríssimos”. É por isso imperativo, defende o banqueiro do Porto, que a câmara não deixe cair o trabalho por ele começado: “Pelo seu exemplo, pela sua memória, é preciso que o que ele fez – e como o fez – continue. É preciso que a cultura continue a ser uma prioridade da cidade, é preciso fazer mais, muito mais. Acredito que Rui Moreira e a vereação vão conseguir.”

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