Exibição do Benfica não deslumbra mas chega para bater Boavista

Gonçalo Guedes e Carcela marcaram numa partida em que os “axadrezados” esqueceram o ataque.

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Jogadores do Benfica festejam o golo do triunfo sobre o Boavista PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP

Não foi particularmente convincente o regresso a casa do Benfica para o campeonato, após a derrota com o Sporting (3-0), valendo aos lisboetas o resultado para apagar uma exibição frouxa. Frente a um Boavista inofensivo a atacar, mas aguerrido a defender, a equipa da casa acabou por marcar duas vezes, por intermédio de Gonçalo Guedes e Carcela. E face à fragilidade do adversário, os “encarnados” até poderiam ter reforçado a vantagem, mesmo sem impor grande intensidade ao encontro e com muitos dos seus jogadores abaixo dos níveis exigíveis.

Escapou a esta panorâmica geral Nico Gaitán, a grande referência atacante da equipa de Rui Vitória, com responsabilidade directa no desfecho da partida. Dos seus pés saíram os lances dos dois golos e mais um par de boas intervenções desaproveitadas pelos seus companheiros, uns furos abaixo do argentino. Já o Boavista, entrou na Luz com o objectivo primordial de defender a sua baliza, ignorando completamente o ataque em toda a primeira metade, quando não contabilizou qualquer remate, e só se soltou ligeiramente na segunda parte quando o resultado já era penalizador.

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Se é verdade que o Benfica assumiu o jogo desde o primeiro momento, não traduziu o domínio territorial em intensidade ou qualidade e, até ao primeiro golo, que chegou aos 39’, escasso perigo criou junto da área “axadrezada”. Mérito também para os visitantes que, com um bloco médio baixo, tinham exclusiva preocupação em fechar os caminhos para a sua baliza. Uma estratégia que, a seis minutos do intervalo, iria ruir, numa altura em que nada o fazia prever.

Em missão ofensiva, Jardel tocou para Nico Gaitán que, rodeado de adversários, teve discernimento para cruzar rasteiro para Gonçalo Guedes rematar colocado, com a bola a entrar junto ao poste esquerdo do guarda-redes Mika. Descomplicava-se a missão do Benfica e respiraram de alívio os 46 mil adeptos no Estádio da Luz, pouco impressionados com a exibição dos seus jogadores até então.

Em desvantagem, o Boavista regressou para a segunda parte com vontade de estender a equipa no campo, subindo as linhas, mas sempre bastante longe da área “encarnada”. Mais unidades na frente implicaram mais espaços na retaguarda, que o Benfica conseguiu aproveitar esporadicamente. Por três vezes, os ferros da baliza “axadrezada” evitaram o golo (61’, Jonas; 79’, Talisca; 88’, Jardel), mas no terceiro destes lances, Carcela (que entrou aos 80’ para o lugar de Jonas) conseguiria aumentar a vantagem, na recarga. A exibição “encarnada” não encheu o olho, mas chegou para as despesas.

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