Empresários acreditam que incerteza política pode afectar retoma económica

Índice de confiança do barómetro Kaizen cai pela primeira vez em mais de dois anos.

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Um terço dos empresários admite que o momento político possa ter impacto no plano de investimento Enric Vives-Rubio

A actual conjuntura política pode colocar em causa o clima de “retoma económica”, considera a grande maioria dos empresários inquiridos pelo barómetro Kaizen.

No total, à pergunta “Considera que o actual momento político poderá pôr em causa a retoma económica em curso no país?”, responderam afirmativamente 95% dos gestores, sendo que os restantes 5% consideram que esse factor não tem influência.

Os dados do barómetro mostram também que, pela primeira vez desde que o Kaizen iniciou os inquéritos, em Janeiro de 2013, a confiança dos empresários portugueses sofreu uma queda.

No último inquérito realizado em Julho deste ano, numa escala de 0 a 20, este indicador situava-se em 12,7 pontos. Em Novembro, o valor cai para 11,4, número semelhante ao registado em Fevereiro de 2014.

Com o objectivo de perspectivar e medir que impacto é que o clima de incerteza e instabilidade política actual poderá ter no rumo económico do país, o barómetro Kaizen registava consecutivamente, desde a sua criação, uma subida no aumento do índice de confiança dos gestores.

O barómetro estabelecido a partir de 86 inquéritos realizados entre 29 de Outubro e 1 de Novembro mostra ainda que cerca de um terço dos empresários pondera adiar ou cancelar os investimentos devido à situação de incerteza política. Por outro lado, os restantes dois terços afirmam que o actual momento não terá impacto no plano de investimentos.

Quanto a uma solução que garante maior estabilidade económica perante uma “eventual moção de rejeição no Parlamento”, as respostas dividem-se em percentagens semelhantes.

Face a este cenário, os empresários que consideram que um governo maioritário de esquerda garante maior estabilidade (34%) estão em igualdade com os que apontam para um governo de iniciativa presidencial como a melhor solução. Com um número de opiniões aproximado, um governo de gestão recolhe 32% das preferências.

Relativamente às apostas para o último trimestre do ano, os empresários consideram o aumento da capacidade e produtividade (35%) e a retenção de talentos e desenvolvimento de pessoas (25%) como as prioridades.

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