Pescanova prepara-se para voltar à bolsa em 2016

As acções da companhia galega foram suspensas em 2013, depois de serem encontradas discrepâncias “significativas” entre a contabilidade e a dívida bancária.

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Empresa galega abriu unidade de produção de pregado na Praia de Mira em 2009. Adriano Miranda

Mais de dois anos depois de a negociação das acções da Pescanova ter sido suspensa, a empresa galega iniciou os procedimentos que visam o regresso à bolsa no próximo ano.

No documento enviado nesta terça-feira ao regulador espanhol, a Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV), onde dá conta do fim do processo de aumento de capital, a empresa adianta que solicitou a 5 de Outubro o “levantamento da suspensão de cotação das acções”.

Em Março de 2013, a negociação das acções da Pescanova foi suspensa quando foram encontradas discrepâncias “significativas” entre a sua contabilidade e a dívida bancária.

A banca assumiu-se então como credora da empresa de pesca e aquicultura e, numa operação aprovada na assembleia geral de accionistas em Setembro deste ano, passou a deter a maioria do capital da Nova Pescanova (80%). Os restantes 20% são detidos por accionistas de referência e pequenos accionistas.

Desta empresa fazem parte as nove subsidiárias espanholas, bem como todos os activos, que ascendem a 100 milhões de euros.

A sociedade informa também que “iniciou os trabalhos para complementar a informação requerida” pela autoridade reguladora espanhola, que inclui as contas anuais da Pescanova e da Nova Pescanova relativas a 2015, bem como os respectivos relatórios de auditoria.

De acordo com a agência Europa Press, o cenário mais provável é que as formalidades para o regresso à cotação em bolsa estejam concluídas a tempo de as acções da Pescanova voltarem a ser negociadas em 2016.

Segundo o jornal espanhol Expansión, quando os títulos da empresa galega foram suspensos a 12 de Março de 2013, cada um valia 5,91 euros, registando uma queda de 19,26%.

A nota à CNMV dá conta ainda de que o processo de aumento de capital da Nova Pescanova, aprovado pela Pescanova como sócio único no valor de 9,75 milhões de euros, fica terminado a 5 de Novembro.

Em Portugal, a Pescanova detinha a Acuinova, uma fábrica de produção de pregado na Praia de Mira, distrito de Coimbra, que desde a inauguração, em 2009, teve vários problemas operacionais.

Com crise da empresa, a fábrica que, de acordo com o plano de recuperação da Pescanova apresentado em Abril de 2013 à justiça espanhola, tinha uma dívida líquida de 140 milhões de euros, passou para as mãos da banca credora. Entre essas entidades estão Caixa Geral de Depósitos, BPI, BCP e Novo Banco. 

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