“Tem de haver uma colaboração permanente com os clubes”

Em entrevista à rádio Antena 1, Luís Cassiano Neves defendeu que tem que ser dada à selecção feminina as "condições ideias" na preparação para a repescagem Olímpica

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Rui Gaudêncio

Luís Cassiano Neves, cabeça de lista de uma das listas concorrentes aos Órgãos Sociais da Federação Portuguesa de Rugby (FPR), concedeu ao final da tarde deste domingo uma entrevista à rádio Antena 1, onde defendeu que é necessário “agarrar os parcos recursos” que ainda existem e “direccioná-los prioritariamente para um plano de formação e desenvolvimento dos clubes”.

 

Após fazer um balanço muito positivo do Mundial 2015, Cassiano Neves analisou as possibilidades de Portugal conseguir, dentro de quatro anos, regressar ao principal palco do râguebi internacional. O advogado considera que “tem havido um declínio nos resultados recentes que indica que essa não será uma meta fácil” e que foram tomadas “opções legítimas” que do “ponto de vista estratégico não foram as melhores”, mas deixou a certeza que se for eleito, “qualquer que seja o treinador ou jogador que esteja” no balneário da selecção nacional, “não pode ter outra ideia que não seja estar no Japão”.

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Sobre o actual estado do râguebi português, Cassiano Neves afirma que a modalidade “já conheceu dias melhores” e não soube “aproveitar a oportunidade do Mundial 2007”. “Houve uma estratégia de uma semiprofissionalização que na altura fazia sentido, uma ideia de selecção-clube, que acabou por não funcionar. Esse modelo está falido. Há que ter a coragem estratégia de agarrar os parcos recursos que ainda vamos tendo e direccioná-los prioritariamente para um plano de formação e desenvolvimento dos clubes”, analisa Luís Cassiano Neves, que sublinha que no futuro “a federação tem que ter uma colaboração permanente com os clubes para qualificar treinadores e dirigentes de forma a que exista uma metodologia de treino a nível nacional”.

 

Dando como exemplos equipas “como a Escola Agrária ou o Guimarães RUFC, que são clubes ainda jovens, mas que fazem um trabalho notável no recrutamento de jovens em áreas carenciadas”, o candidato adianta que a FPR tem que “perceber o que cada clube faz bem e tentar transpor essa realidade para os outros clubes. Esse trabalho tem que ter o empurrão da federação”.

 

Consciente de que “em Portugal há uma tremenda falta de espaços para jogar râguebi” e que “os clubes gastam fatias significativas do seu orçamento a pagar campos que não são deles”, Cassiano Neves diz que a continua a faltar “um plano estratégico global em todo o país de modo a que a federação perceba quais são as câmaras municipais que estão interessadas em apostar no râguebi”, sendo que “esses apoios camarários terão que começar com a disponibilização de espaços para o jogo”.

 

Realçado foi também o excelente desempenho da selecção feminina, que “já habituou” o râguebi português a “superar obstáculos que à partida não seriam superáveis”. Alertando que “as senhoras vão ter uma repescagem para os Jogos Olímpicos extremamente difícil”, Cassiano Neves diz que será necessário dar à equipa feminina “condições para se prepararem condignamente”. “O primeiro estágio, que estava marcado para Setembro, foi adiado, mas estou certo que se tratou de um percalço e que quem estiver daqui para a frente na liderança da federação saberá dar às nossas Lobas as condições ideias para se prepararem para a repescagem.”

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