Entre o leme e o arranjinho

Substantivo masculino que significa “acção de governar ou dirigir uma embarcação, de manobrar o leme, os remos, as máquinas, para a encaminhar convenientemente”. O dicionário regista ainda outra definição para “governo” antes de chegarmos àquela que nos traz aqui: “Acção de dirigir, de guiar uma cavalgadura, um veículo ou outro aparelho que se move.” Finalmente, “poder executivo ou conjunto das pessoas que administram superiormente um Estado, uma província, uma companhia”.

A coligação PSD-CDS apresentou na terça-feira o novo “governo”, por muitos considerado como apenas “remodelação governamental”, já que as novidades foram poucas. No PÚBLICO escreveu-se: “Passos Coelho apresentou um novo governo que se mantém, na sua essência, só com dois independentes e dois ministérios novos — Cultura, Igualdade e Cidadania; e Modernização Administrativa."

Suspeita-se de que a vida deste governo seja curta. António Costa chamou-lhe “provisório”. O dicionário nada diz sobre “governo provisório” ou “de gestão”, mas tem alguns sinónimos para a palavra: “arranjinho” ou “bicoca”. E um inesperado, “amante da prostituta”.

Depois de ser chumbado o governo, como se prevê, não se sabe o que se segue. Espera-se que não venha outro “mau governo”, que significa “não se manter o navio ao rumo que se quer, ou por incompetência do homem do leme ou pelo estado do mar ou ainda pelas formas do navio, o que constitui um defeito permanente”.

“Governo” e “leme” são portanto a mesma coisa. “Governalho” também.    

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