Rio Corgo e Il Solengo vencedores do DocLisboa 2015

Júri do festival premeia dois filmes sobre a ruralidade, num palmarés que recompensou muitas produções portuguesas.

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Rio Corgo, de de Maya Kosa e Sérgio da Costa dr
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Rio Corgo, de de Maya Kosa e Sérgio da Costa dr
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Il Solengo, de de Alessio Rigo de Righi e Matteo Zoppis dr
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Dead Slow Ahead dr
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88:88 dr
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Phil Mendrix dr
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A Glória de Fazer Cinema em Portugal, de Manuel Mozos dr
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Babor Casanova de Karim Sayad (Suíça) dr
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Talvez Deserto Talvez Universo, de Karen Akerman e Miguel Seabra Vasconcelos dr

Il Solengo, da dupla italiana Alessio Rigo de Righi e Matteo Zoppis, e Rio Corgo, dos luso-suíços Maya Kosa e Sérgio da Costa, são os vencedores das competições do DocLisboa 2015. Com dois galardões cada, Dead Slow Ahead de Mauro Herce e Talvez Deserto Talvez Universo de Karen Akerman e Miguel Seabra Vasconcelos foram os filmes mais premiados, numa edição onde a maioria dos prémios coube a produções ou co-produções portuguesas.

Em Il Solengo, filme de fantasmas sem fantasmas, Rigo de Righi e Zoppis registam os testemunhos dos habitantes de uma remota aldeia italiana sobre um vizinho conhecido pela sua excentricidade. É também uma figura fora do vulgar de uma aldeia do Norte de Portugal, o sr. Silva, que está no centro de Rio Corgo, uma narrativa difusa inspirada pelo seu próprio quotidiano. Trata-se do segundo prémio recebido por Maya Kosa e Sérgio da Costa no DocLisboa: Aux bains de la reine vencera o galardão de Melhor Curta-Metragem Portuguesa na edição de 2012.

Ambos os filmes são longas-metragens ancoradas na estética da “ficção do real”, trabalhando narrativas construídas com materiais documentais; olham de modos semelhantes para o mundo rural, mas foram curiosamente escolhidos por júris diferentes. O júri da competição internacional foi composto pela galerista Cristina Guerra, pelos programadores Eva Sangiorgi e Haden Guest e pelos realizadores Hartmut Bitomsky e Karpo Godina; no júri da competição nacional estiveram os programadores Jasmin Basic e Christopher Allen e o realizador Eloy Enciso. As opções dos júris passaram ao lado da dimensão activista da maioria das escolhas do festival, que aboliu este ano a divisão entre curtas e longas-metragens.

Esta foi também a última edição a contar com a colaboração do programador Augusto M. Seabra, crítico e colaborador do PÚBLICO, ligado ao festival desde 2007 primeiro como programador associado e, na edição de 2014, igualmente como co-director. Deve-se-lhe a criação e programação da secção Riscos, cuja aposta assumida em divulgar novas formas de pensar o cinema (documental e não só) contribuiu para a integração dos “cinemas do real” no código genético do DocLisboa. 

Dead Slow Ahead, do espanhol Mauro Herce, obra contemplativa sobre a longa viagem de um navio de transporte, recebeu o prémio de melhor primeira obra (transversal a várias secções) e o prémio do júri Universidades. Talvez Deserto Talvez Universo, da dupla Karen Akerman e Miguel Seabra Vasconcelos, sobre uma unidade de internamento do hospital Júlio de Matos, recebeu o prémio Íngreme da competição nacional (antigo Prémio Especial do Júri) e o prémio do júri Escolas.

O palmarés esteve particularmente atento à produção portuguesa. A curta-metragem de Manuel Mozos A Glória de Fazer Cinema em Portugal recebeu a menção honrosa do júri da Competição Internacional e Setil, de Tiago Siopa, a menção honrosa do júri da Competição Nacional. Uma co-produção com os EUA, And When I Die I Won't Stay Dead, de Billy Woodberry, sobre o poeta beat Bob Kaufman, recebeu o prémio do júri Investigações; e o Prémio PÚBLICO atribuído pelo público que assistiu às muitas sessões do festival coube ao documentário de Paulo Abreu Phil Mendrix, exibido na secção Heart Beat.

Foram ainda premiados a média-metragem de Karim Sayad Babor Casanova, sobre o quotidiano de alguns integrantes da claque do clube de futebol Mouloudia de Argel (Prémio SPA da Competição Internacional) e a longa experimental do canadiano Isiah Medina, 88:88 (menção honrosa para primeira obra).

Os filmes premiados repetem no domingo. Na Culturgest, Rio Corgo será exibido às 16h e Il Solengo e Babor Casanova às 21h30. Dead Slow Ahead será mostrado às 16h45 no City Campo Pequeno; e Phil Mendrix às 18h45 e And When I Die I Won't Stay Dead às 22h, ambos no São Jorge.  <_o3a_p>

 

Palmarés

 

Competição Internacional

Grande Prémio: Il Solengo, de Alessio Rigo de Righi e Matteo Zoppis (Itália/Argentina)

Menção honrosa: A Glória de Fazer Cinema em Portugal, de Manuel Mozos (Portugal)

Prémio SPA: Babor Casanova de Karim Sayad (Suíça)

Prémio Universidades: Dead Slow Ahead, de Mauro Herce (Espanha/França)

 

Competição Nacional

Grande Prémio: Rio Corgo, de Maya Kosa e Sérgio da Costa

Prémio Íngreme: Talvez Deserto Talvez Universo, de Karen Akerman e Miguel Seabra Vasconcelos

Menção honrosa: Setil, de Tiago Siopa

Prémio Escolas: Talvez Deserto Talvez Universo

 

Primeira obra: Dead Slow Ahead

Prémio Investigações: And When I Die I Won't Stay Dead, de Billy Woodberry (EUA/Portugal)

Prémio do Público: Phil Mendrix de Paulo Abreu (Portugal)

 

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