Grande asteróide passará perto da Terra no dia das bruxas
Apesar do seu grande tamanho, a rocha, que ficará sempre a uma distância da Terra maior do que a que nos separa da Lua, foi observada pela primeira vez há poucas semanas.
Um grande asteróide, que só foi descoberto este mês pelos astrónomos, vai passar relativamente perto da Terra no sábado, fornecendo uma das melhores oportunidades em anos para recolher dados sobre uma rocha espacial de passagem.
O asteróide, que se estima ter cerca de 400 metros de diâmetro, vai passar a grande velocidade – 126.000 quilómetros por hora – pelas 13h00 (hora de Lisboa) na tarde de 31 de Outubro, dia em que se celebra o Halloween, ou dia das bruxas. Conhecido como 2015 TB145, chegará a estar a perto de 480.000 quilómetros da Terra, ou seja, mais longe do que a Lua mas mesmo assim relativamente perto em termos cósmicos.
Os astrónomos esperam captar imagens de radar e fazer outras medições do asteróide durante o “encontro”, uma raridade para os cientistas, que costumam basear-se em onerosas sondas robóticas para recolher informação sobre este tipo de corpo rochoso.
Os cientistas esperam conhecer a forma, as dimensões e as características do asteróide – de superfície e outras. “A grande proximidade de 2015 TB145, aliada ao seu tamanho, sugere que será um dos melhores asteróides em termos de imagens de radar que iremos ver durante vários anos”, diz Lance Benner, da NASA, num artigo publicado no site da agência espacial norte-americana.
Para além do seu valor puramente científico, o “encontro” poderá ajudar os engenheiros a desenvolver melhores técnicas de monitorização dos asteróides que poderão estar em rota de colisão com a Terra, bem como melhores medidas contra essa eventualidade.
Uma chuva de pequenas rochas atinge continuamente a Terra e a maioria desintegra-se, ardendo ao atravessar a atmosfera. Há cerca de 65 milhões de anos, segundo os especialistas, um asteróide ou cometa com cerca de dez quilómetros de diâmetro embateu na Península do Iucatão, no território do actual México, desencadeando alterações climáticas globais que mataram cerca de 75% da vida que existia na altura, incluindo os dinossauros. Mais recentemente, em Fevereiro de 2013, um asteróide com 20 metros de diâmetro desintegrou-se por cima da cidade de Cheliabinsk, na Rússia, estilhaçando o vidro das janelas e danificando construções. Mais de mil pessoas ficaram feridas por fragmentos de rocha. A NASA está a desenvolver um mapa dos asteróides e cometas potencialmente perigosos que passam num raio de 48 milhões de quilómetros da Terra.
O asteróide 2015 TB145 foi descoberto há menos de três semanas. “O facto de um objecto tão grande, capaz de fazer importantes estragos se embatesse no nosso planeta, ter sido descoberto 21 dias antes de atingir a sua aproximação máxima à Terra demonstra a necessidade de manter uma vigilância diária do céu nocturno”, disse num comunicado Detlef Koschny, astrónomo da Agência Espacial Europeia.