Doente com suspeita de ébola afinal tem malária

Cidadão da Guiné Conacri internado na Galiza por suspeita de ébola tinha viajado de autocarro entre Lisboa e a Corunha

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Trabalhadores num centro de luta contra o ébola dos Médicos Sem Fronteiras, em Monróvia, na Libéria Dominique Faget/AFP (arquivo)

O cidadão da Guiné Conacri, que foi internado num hospital de Vigo por suspeita de ébola, e que viajou esta semana de autocarro entre Lisboa e Porto e entre o Porto e a Galiza, afinal tem malária, adiantou a Direcção-Geral da Saúde à Lusa. A subdirectora-geral da Saúde, Graça Freitas, esclareceu que o cidadão não é portador do vírus Ébola, adiantando que as análises efetuadas concluíram que se trata de malária.

Depois de ter sido anunciado pelas autoridades de saúde espanholas que havia um caso suspeito e que tinha passado por Portugal, responsáveis da DGS garantiram que estavam atentos e em contacto com as autoridades de saúde em Espanha, mas frisaram, desde logo, que não havia "sequer a informação de que o doente apresentasse sintomas" desta patologia "durante a viagem de autocarro".

“Penso que foi por precaução que os médicos em Espanha decidiram fazer a colheita de sangue”, disse ao PÚBLICO Cristina Abreu Santos, chefe da Unidade de Apoio à Gestão de Emergências da DGS. 

O doente estava em isolamento no Hospital do Meixoeiro, o centro galego de referência para o ébola, e dez pessoas que lhe são próximas ficaram também em observação. As autoridades galegas de saúde explicaram esta manhã, em conferência de imprensa, que se trata de um homem de 24 anos que viajou de avião da Guiné Conacri para Lisboa no domingo e, aí, apanhou um autocarro para o Porto de onde partiu depois para a Corunha.

O guineense vinha visitar a mulher, que foi mãe recentemente,  na Corunha, onde reside. Depois de vários dias com febre, foi avaliado primeiro no hospital da Corunha e depois transferido para Vigo.

Cristina Abreu Santos lembra, a propósito, que a Guiné Conacri tem tido muito poucos casos de ébola nos últimos tempos. Na última semana, foram reportados três casos, depois de várias semanas sem situações conhecidas da doença.

O surto de ébola na África Ocidental,  que começou em Dezembro de 2013 e foi o mais grave desde 1976, provocou a morte a 11.312 e infectou 28.547 pessoas.

A quase totalidade dos casos mortais foi registada na Serra Leoa, Libéria e Guiné-Conacri.

 

Notícia actualizada com resultados das análises que indicam que o doente tem malária

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