Zurkhaneh, a casa da força dos heróis iranianos

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Uma forma estilizada de arte marcial. É assim descrito pelos manuais o zurkhaneh, "desporto" praticado no zurkhaneh, poço octogonal ("gowd") e tecto alto que significa "casa da força". As paredes estão repletas de memórias, de fotografias de "homens de aço", de espelhos e de apetrechos que remetem para os campos de batalha ancestrais, onde se enfrentaram homens e chocaram espadas, lanças e escudos. O "desporto" surgiu como uma disciplina física para forjar guerreiros, para ensinar técnicas de força e de resistência ao comum mortal. A raiz do zurkhaneh leva-nos ao Irão — aproximadamente dois mil anos antes de Cristo. O presente também — às ruelas de Isfahan, neste caso. Por aqui, um "pahlavan" ainda é um verdadeiro herói. Então, teria que atravessar montanhas e desertos, infiltrar-se nas fortalezas inimigas e ser hábil no combate corpo-a-corpo bem como perito nas mais diversas armas. Os símbolos, assim como a exigência física, mantêm-se nesta arena — alguns destes "ginásios" iranianos têm já 500 anos. Num pódio elevado ("sardamm") senta-se o "morshed", uma espécie de mestre de cerimónias que comanda as operações, as entradas e saídas da arena, com uma mistura de vozes de comando e de ritmos tribais. Aos seus pés rodopiam os "meel" (massas indianas), tocos de madeira maciça esculpida cujo peso varia entre os dois e os 16 quilos, elevam-se lentamente os "sang", escudos gigantes de madeira, e chocalham os "kabbadeh", arcos e correntes. Na arena exibem-se os heróis. Luís Octávio Costa