“Absolutamente impensável não empossar um governo com maioria na AR", diz Nóvoa

O candidato a Belém adverte que “em democracia não se pode excluir nenhuma possibilidade e que devemos estar preparados para na altura certa responder ao que são as exigências do momento”.

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Fernando Veludo/NFactos

O candidato à Presidência da República, António Sampaio da Nóvoa, declara que seria “absolutamente impensável” que o Presidente da República não desse posse a um governo de maioria no Parlamento seja de esquerda, de direita ou de centro”. E elogia todos os partidos que ao longo destes dias “têm procurado formas de entendimento, formas de diálogo”.

“Não vejo que haja nenhuma possibilidade no nosso regime constitucional de não dar posse a um Governo que tenha uma maioria parlamentar. Uma maioria parlamentar representa uma maioria de decisões e de votos dos portugueses, representa uma maioria da vontade dos portugueses e seria absolutamente impensável que um Governo desses não fosse empossado", sublinhou Sampaio da Nóvoa, no Porto aos jornalistas pouco antes do Presidente da República falar ao país sobre a decisão relativamente ao novo governo.

À entrada da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, onde participou na conferência "Conhecimento, Cidadania e Desenvolvimento", o ex-reitor da Universidade de Lisboa disse estar a “acompanhar com muita atenção estes dias, que têm sido dias muito interessantes para a nossa democracia e para a política em Portugal”. E aproveitou para deixar uma palavra de “muito estímulo e de muito reconhecimento a todos os partidos que ao longo destes dias têm procurado formas de entendimento, formas de diálogo. Este é disse-o, muitas vezes, o tempo dos partidos, é o tempo da democracia, é o tempo da política”.

“Temos que registar esse esforço que os partidos têm feito no sentido de conseguir soluções para o governo para estabilidade política em Portugal”, destacou, sublinhando que “a democracia tem um tempo e isso é uma das coisas mais importantes que nós devemos perceber”. Frisando que “a política não se faz instantaneamente, necessita de diálogo, necessita de conversa, necessita de ponderação”, Sampaio da Nóvoa pediu serenidade e uma enorme confiança nos partidos. É totalmente compreensível que haja esse tempo da ponderação, e esse tempo da decisão”.

Aguardado por algumas dezenas de pessoas, o candidato evitou traçar cenários relativamente a um futuro executivo e recordou que deve ter sido a “única pessoa” que, mês após mês, desde a candidatura “disse sempre, quando o senhor Presidente da República falou de maiorias absolutas e depois quando falou de maiorias parlamentares, que admitia todas as possibilidades. Em democracia não se pode excluir nenhuma possibilidade e que devemos estar preparados para na altura certa responder ao que são as exigências do momento”.

Está-se a verificar agora que era preciso abrir o leque das nossas possibilidades, que era preciso pensar a nossa democracia numa outra abertura que não tinha tido nos últimos anos, nas últimas décadas”, afirmou, reafirmando que daria “sempre posse a um governo que tivesse maioria parlamentar - e nem me parece que possa ser de outra maneira, seja um governo de esquerda, um governo de direita, um governo de centro”.

Questionado sobre as negociações que têm estado a decorrer à esquerda, o ex-reitor revelou que tem olhado “com muito interesse no sentido em que tudo o que sejam aberturas da democracia são positivas”. “O pior que nos pode acontecer sempre em democracia é o fechamento, é fecharmos as nossas opções ou em lógicas de inevitabilidade, ou em lógicas sempre das mesmas políticas, ou em lógicas em que não há verdadeiras alternativas”, frisou. Para concluir que, “sempre que se abre uma nova possibilidade, sempre que se abre uma alternativa, sempre que se abre a democracia, sempre que se abre o leque de possibilidades isso é bom para a democracia e os partidos estarão lá para representar os portugueses e para escolher o que é melhor para o futuro de Portugal”.

O candidato Sampaio da Nóvoa recebeu o apoio do Movimento Intervenção e Cidadania/Porto. Algumas das figuras que integram o MIC/Porto, como Rui Feijó, antigo vereador do PS na Câmara do Porto, estiveram participaram na conferência. No auditória estavam muitas caras conhecidas que foram à Faculdade e Arquitectura apoiar o candidato presidencial. O geógrafo Álvaro Domingues, o arquitecto Alexandre Alves da Costa, o professor da Universidade do Minho, António Cândido Oliveira, Ricardo Magalhães, que foi secretário de Estado dos Recursos Naturais, quando Elisa Ferreira era ministra do Ambiente. A eurodeputada também esteve na sala e fez uma intervenção.

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