Pinto da Costa e as prendas aos árbitros: "Se fosse connosco, já estaríamos mortos"

"Há um manto protector sobre tudo”, disse o presidente do FC Porto no Canadá.

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Pinto da Costa, presidente do FC Porto nFactos/Fernando Veludo

O presidente do FC Porto disse que há situações no futebol português que, se fossem associadas ao emblema portista, teriam um destaque maior, sem se referir especificamente à questão das ofertas do Benfica aos árbitros.

Jorge Nuno Pinto da Costa falava na quarta-feira à margem da cerimónia de apresentação da segunda escola internacional de futebol do FC Porto, em Toronto, Canadá, depois de questionado sobre o facto de Vítor Pereira, presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), ter dito na terça-feira que este órgão desconhecia as ofertas feitas pelo Benfica aos árbitros, até ao momento em que foram reveladas pelo presidente do Sporting, Bruno de Carvalho.

“No meio de tanta anormalidade que vejo todos os dias, já acho tudo normal. Só acho uma coisa interessante: há coisas que se têm passado no futebol português, que não vou individualizar porque não é preciso, que se se passassem no FC Porto, a esta hora até já estavam na CNN. E, no entanto, vejo que há um manto protector sobre tudo”, começou por dizer o Pinto da Costa.

A 5 de Outubro, o presidente do Sporting disse que o Benfica oferecia a árbitros, delegados e observadores dos seus encontros, em Lisboa e no Seixal, um pacote com uma camisola ‘vintage’ do clube, entradas para o Museu Cosme Damião e refeições num restaurante do Estádio da Luz, calculando que, por ano, os ‘encarnados’ despendam nestas ofertas “um quarto de milhão de euros”.

“Não estou a individualizar este nem aquele. Estou a falar de tudo o que se passa, que passa levemente. É como o Augusto Gil, batem leve, levemente... Mas se fosse no FC Porto, não bateriam levemente, já estaríamos mortos nesta altura. Mas não me interessa nada o que os outros dizem ou o que fazem, e comentar os comentadores não faço, porque a única coisa que tenho é pena de ver que quem podia ajudar o futebol a ser melhor, que são os canais televisivos, fazem tudo a troco de audiências para prejudicar o futebol e o negócio do futebol”, disse ainda.

Pinto da Costa revelou ainda “uma enorme satisfação” “por ver o Rúben Neves com a braçadeira” de ‘capitão’, tornando-se aos 18 anos o jogador mais jovem de sempre a fazê-lo na Liga dos Campões.

“Espero que ele fique muitos anos no FC Porto. O Rúben tem contrato até 2019 e não até 2017, como por vezes vejo escrito, e nós gostaríamos de o manter no clube, como uma espécie de João Pinto. Ou seja, que ele fosse um símbolo da transmissão da mística por várias gerações. Nunca quererei que saia do FC Porto”, afirmou Pinto da Costa, destacando também o carácter e a entrega de Maxi Pereira, ex-jogador do Benfica.

O presidente do FC Porto considerou ainda que as coisas estão bem encaminhadas na Liga dos Campeões, mas alertou que “o apuramento ainda não está conseguido”.

“O empate do Chelsea com o Dínamo de Kiev colocou os três na corrida. Uma coisa parece-me certa: destes três nenhum ficará de fora de uma prova europeia. (...) Gostaria que ficássemos em primeiro e o Chelsea em segundo, por causa do [José] Mourinho, mas temos é de tentar ganhar os jogos como temos vindo a fazer. Nesse aspecto, o próximo [em Israel, com o Maccabi Telavive] é muito importante, porque, vencendo esse, ficaremos quase garantidos nos dois primeiros lugares”, disse ainda Pinto da Costa.

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