Deputados madeirenses em São Bento assumem compromisso com novo hospital

Segunda reunião pluripartidária resultou num acordo entre PSD, PS, BE, CDS, PAN e PCP para defesa do financiamento de um novo hospital para a Madeira.

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Carlos Pereira do PS-Madeira explica porque não vão participar nas cerimónias DR

Os deputados da Madeira na Assembleia da República vão apresentar uma proposta conjunta tendo em vista a solidariedade do Estado para o financiamento de um novo hospital na região.

O acordo saiu da reunião desta quarta-feira que reuniu, no Funchal, todos os partidos políticos com deputados em São Bento. “Foi bastante positivo, e este foi o primeiro tema que conseguimos chegar a acordo”, descreveu ao PÚBLICO o líder do PS-Madeira, Carlos Pereira.

A forma como essa proposta será apresentada em Lisboa – se de forma conjunta, reunindo todos os seis deputados eleitos pelo círculo da Madeira, ou através dos grupos parlamentares –, ainda não está definida, e será o tema do próximo encontro pluripartidário. “Marcamos a próxima reunião para o dia 6 de Novembro, data em que esperamos que a questão do governo esteja já clarificada”, explicou ao PÚBLICO Sara Madruga da Costa, deputada eleita pelo PSD para a Assembleia da República.

“Os temas que estamos a tratar não ficam resolvidos numa semana, é preciso tempo, mas estamos no bom caminho”, garante a deputada, com Carlos Pereira a acrescentar que “todos os partidos” mostraram-se comprometidos em colocar a defesa dos interesses da Madeira, acima das questões partidárias.

A Madeira elegeu seis deputados para São Bento – três do PSD, dois do PS e um do BE –, e Sara Madruga da Costa quer ver todos a fazer lobbying pela Madeira. “Seja em conjunto, seja junto dos grupos parlamentares onde estão inseridos, é importante que os deputados madeirenses trabalhem nesse sentido.”

Carlos Pereira concorda, e exemplifica com o projecto do novo hospital. “Queremos apresentar uma proposta conjunta, mas se não for possível [por questões regimentais], então os deputados vão sensibilizar as respectivas famílias políticas para a importância desse projecto para a Madeira.”

Existe, acrescenta o socialista que foi também eleito para São Bento, outros temas sobre a mesa, como a questão dos juros da dívida da Madeira que o Funchal paga ao Estado, a receita da sobretaxa do IRS ou a restruturação da própria dívida regional. “Ainda não há consensos sobre essas matérias, mas são dossiers que não se resolvem numa semana”, ressalva Carlos Pereira, convencido que existe vontade e perspectivas de que o entendimento alcançado em torno do novo hospital, seja alargado a outros temas.

Para já, explica a deputada social-democrata, é prematuro estar a procurar consensos noutras matérias, enquanto a questão do novo governo não for resolvida. O compromisso em relação ao novo hospital, argumenta Sara Madruga da Costa, foi fácil de atingir, porque é um projecto consensual e defendido por todos durante as últimas campanhas eleitorais: as regionais em Março e as legislativas em Outubro.

“Para nós, PSD, será pacífico dentro do grupo parlamentar da coligação, pois o financiamento do novo hospital faz parte do programa eleitoral do PaF”, diz a deputada.

Além do PSD e PS, CDS, BE, PAN e PCP, que não tinha, por questões de agenda, estado na primeira reunião, marcaram presença no encontro, que nasceu de um desafio feito pelo presidente dos socialistas madeirenses.

A primeira reunião decorreu na última semana, depois de Carlos Pereira ter enviado uma carta a todos os partidos com assento na Assembleia da República, desafiando-os a um compromisso com a Madeira. “Definir e ratificar uma plataforma de entendimento nos assuntos estruturantes para a região é (…), o passo mais importante desta legislatura e a garantia que os deputados eleitos pela Madeira não farão da sua actividade parlamentar uma arma de arremesso político/partidário”, escreveu Carlos Pereira.

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