Eurorregião Galiza/Norte de Portugal tem 180 incubadoras que criaram 30 mil empregos

Inquérito permitiu perceber que "do lado galego e do lado português a tipologia dos resultados obtidos é muito semelhante" e que os anos mais fortes de criação de empregos se situaram na década de 90.

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Encontro está a decorrer no Tecmaia, no distrito do Porto Manuel Roberto

A euroregião Galiza/Norte de Portugal conta actualmente com quase 180 incubadoras de empresas que em duas décadas permitiram criar cerca de 30 mil postos de trabalho, foi hoje revelado num encontro que reuniu na Maia 150 representantes de incubadoras.

As conclusões agora divulgadas resultam de um trabalho realizado em 2014 pelo Agrupamento de Cooperação Territorial Galiza-Norte de Portugal (GNP-AECT), que foi esta manhã abordado na Maia, no distrito do Porto, no 1.º Encontro de Incubadoras da Euroregião, que visa "promover a criação de rede de incubadoras para ajudar a potenciar os negócios e a identificar novas oportunidades".

Em declarações à Lusa, a directora do GNP-AECT, Maria Geraldes, afirmou que este mapeamento permitiu perceber que "do lado galego e do lado português a tipologia dos resultados obtidos é muito semelhante".

"As incubadoras continuam a ser uma resposta à criação de emprego e continuam a ser uma boa resposta no apoio às microempresas", destacou a responsável, lamentando, contudo, que "vivam muito em função de dinamizar respostas para as empresas", sendo que "os níveis de cooperação não têm expressão".

Maria Geraldes frisou à Lusa que o GNP-AECT tem muito interesse que este sector "comece a cooperar, porque a cooperação que existe é pouca". Destas 180 incubadoras, "95% têm uma dinâmica regional", havendo "muito trabalho para fazer", disse.

Este mapeamento, que resultou de um inquérito realizado junto das incubadoras, permitiu perceber também que o período de incubação [de uma empresa] varia entre os seis meses e os três anos, sendo que o volume de negócios [das empresas] se situa entre os 25 mil euros e os 400 mil euros.

"Nestas cerca de 180 incubadoras funcionam vários milhares de empresas e, em média, estas incubadoras já apoiaram 132 empresas, o que quer dizer que nestes últimos 20 anos foram criadas 700 empresas com resultados, empresas que se mantém activas e cobrem praticamente todos os sectores", referiu também a responsável. Maria Geraldes realçou que "os anos mais fortes de criação de emprego foram entre 1990 e 2010".

Após 2010, disse, "o ritmo de crescimento de emprego diminuiu", contudo, "nota-se que nos últimos dois anos há já uma tendência para voltar a crescer a criação de emprego e a criação de empresas". "Voltamos a ver outra vez municípios a quererem readaptar as suas infra-estruturas, criando incubadoras dirigidas às microempresas, bem como voltamos a ver fundos públicos e europeus a concentrarem muito das suas verbas nas 'start-up', porque a economia é que cria emprego e é a economia que perrmite criar emprego e competitividade aos territórios", frisou.

O 1.º Encontro que decorre na TecMaia conta com a presença de 150 representantes de incubadoras. A iniciativa conta a existência de espaços expositivos e para encontros bilaterais para que seja possível trocar experiências e identificar áreas de trabalho futuro.

Esta jornada "vai permitir dar o primeiro passo", disse, concluindo que "entre conhecer um potencial cliente ou potencial fornecedor potencial e fazer o negócio há um período de maturação, mas que este é um bom caminho para fazer crescer esta euroregião, que tem 6,5 milhões de habitantes e que tem dificuldades semelhantes, que se prendem com uma necessidade de trabalhar mais a economia para a criação de emprego".  

 

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