Premiar a coragem e a Primavera

De apelido passou a nome de prémio, instituído desde 1901 e “atribuído anualmente às pessoas que se destacaram pelo seu contributo no domínio da Física, Medicina, Literatura, Química, Economia e Paz”. Nos últimos dias, foram revelados os prémios Nobel deste ano nas categorias Economia, Literatura e Paz. Um dicionário comum explica que “nobel” corresponde a “pessoa galardoada com esse prémio”. E dá um exemplo: “José Saramago é um nobel da literatura.”

Alfred Bernhard Nobel (1833-96) foi, segundo um dicionário enciclopédico, um “químico sueco, inventor da dinamite [1876]”, que “estabeleceu, em testamento, o valioso prémio que tem o seu nome, em favor das obras literárias, científicas e filantrópicas de todo o mundo”.

Falando em Economia, a categoria que mais tardiamente entrou nas distinções (1969), a Academia Sueca achou por bem distinguir o britânico Angus Deaton, que viu valorizada a sua sensibilidade em estudar a pobreza e em mostrar como fugir dela.

Na Literatura, a coragem da bielorrussa Svetlana Alexievich fê-la merecer o lugar de 14.ª mulher com este prémio. Escreveu “livros sobre as mulheres na II Guerra, os soldados soviéticos mortos no Afeganistão, as consequências do acidente nuclear de Chernobyl ou a criação e sobrevivência do Homo sovieticus.”

Na Paz, venceu um quarteto tunisino: sindicato da União Geral dos Trabalhadores, Confederação da Indústria, Comércio e Artesanato, Liga dos Direitos Humanos e Ordem Nacional dos Advogados. Juntos formaram o Quarteto de Diálogo, no Verão de 2013. Disse o comité Nobel que esta “aliança de organizações da sociedade civil evitou o ruir da Primavera Árabe na Tunísia”. E acrescentou a importância “do valor do diálogo e o sentido da pertença nacional”. Talvez se pudesse aplicar esta atitude noutras geografias. Mesmo sendo Outono.

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