Começo pelo fim: Assisto ao comentário de Miguel Sousa Tavares na SIC. Parece que esta situação (ou seja, a possibilidade de termos um Governo apoiado por comunistas e trotskistas) o diverte.

Leio que a CGTP vai ajudar a viabilizar um Governo de esquerda. Será desta que vamos deixar de ver, e ouvir, o inefável Mário Nogueira a argumentar contra todo e qualquer Governo? Alguém se lembra do que ele disse e fez durante os Governos socialistas?

Oiço o líder da UGT dizer que desconfia da CGTP, do Bloco e da CDU e que tem receio de qualquer curva na estrada.

Leio o programa do PAN e concluo que estão contra o sexo entre humanos e animais, contra a inseminação artificial dos mesmos, mas a favor da procriação medicamente assistida das mulheres.

Vejo Catarina Martins afirmar que o Governo da Coligação acabou. Mas quem é esta criação dos media? O que fez, o que estudou, onde trabalhou?

O PCP (porque o PEV não existe) relê o manual bolchevista e acede viabilizar um Governo do qual não gosta para o ter na mão.

Assisto à demissão de Sousa Pinto do Secretariado Nacional do PS. Lembro-me da entrevista deste ao cómico Araújo Pereira, onde se colocou decididamente e assertivamente à esquerda, e penso: até este não quer acordos com comunistas e trotskistas.

Estranho o facto de Sócrates estar calado…

Diz-me um amigo: se eu soubesse que era para isto não tinha votado PS.

Lembro-me do 11 de Março, tenho idade para isso, e arrepio-me.

Lembro-me das imagens da Grécia, todos têm idade para isso, e nem sei o que pensar.

Pesquiso na net sobre o Euro, o Tratado Orçamental e o Banco Central Europeu e fico sem dúvidas: nada mudou.

Leio nos jornais: bluff, jogo, estratégia (nem sabem o que isso é, mas enfim), táctica, poker, teatro, nervos, etc. E o país? E as pessoas?

Pescadores morrem à vista de terra e com assistência.

Peregrinos em Fátima rezam para que “eles” se entendam.

O Novo Banco e a TAP continuam por vender. O fim do ano está aí e a ver vamos se cumprimos a meta do défice.

Os mercados afiam as facas.

Não sei o que pensa o Dr. António Costa, mas para mim é certo: A invasão marciana já começou e não tem nada de divertido.

Politólogo, Conselheiro Nacional do CDS-PP