Leitaria da Quinta do Paço chegou a Matosinhos com petingas e Outono

A quase centenária Leitaria da Quinta do Paço, que fez história no Porto, cresce agora até Matosinhos, para dar aos habitantes locais o sabor único de um chantilly que “não se faz em mais lado nenhum”

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Leitaria da Quinta do Paço quer agora expandir-se para Sul Diogo Baptista

É Alexandra Sotto Maior, directora de marketing, que nos recebe no novo espaço, situado na Rua de Brito Capelo, uma das ruas mais movimentadas de Matosinhos: “Posso oferecer-vos um café? Um éclair?”. Como ir à Leitaria e não comer um dos afamados éclairs se equipara a “ir a Roma e não ver o Papa”, aceitamos. E o sucesso percebe-se desde a primeira dentada. Há uma nova loja, é certo, mas a filosofia da marca continua intacta: aqui aposta-se sempre numa produção artesanal que garante a qualidade dos produtos que são já um ícone do Porto.

Alexandra explica-nos o progresso da marca, que começou como uma leitaria tradicional, que abastecia as leiteiras da cidade, e que, com as imposições do Estado Novo e a quebra de vendas se reinventou, começando a produzir um chantilly “excepcional”, “que não se encontra em mais lado nenhum”. Entretanto, prossegue a directora de marketing, “o dono da leitaria deve ter ido a França, comido éclairs, e percebido que seria uma boa ideia juntar dois produtos de imenso sucesso”. E a fama nunca mais os deixou. Agora, com a casa já transformada num ponto de passagem obrigatório para os que vão à cidade do Porto, o investimento passa sobretudo pela inovação e pela fidelidade aos princípios da marca. “O que temos de bom são as nossas receitas originais, agora tentamos melhorar a forma como recebemos os nossos clientes, a nossa apresentação. E [tentamos] sobretudo inovar”, explica Alexandra Sotto Maior.

“Inovação” é, aliás, a palavra de ordem – tentam criar novas combinações, surpreender, oferecer ao público novos sabores que se aliem ao chantilly da melhor forma. No caso da nova loja de Matosinhos, apostam numa homenagem à cidade onde se instalaram, que tem muitas ligações à pesca. Daí que tenha nascido o éclair petinga – um doce de chantilly (como todos os outros), chocolate branco e uma sardinha de chocolate no topo. Aproveitando a boleia da abertura de uma nova loja – a quarta com a chancela Leitaria da Quinta do Paço –, foi lançado outro éclair, este sazonal: “É o éclair de Outono, com Nutella e com uma placa de chocolate que criamos, com misturas de frutos secos”, conta-nos Alexandra. Apesar de todas as novas criações, há um produto que se destaca claramente nas preferências dos clientes – “o doce do Porto”, revela Alexandra. Trata-se do éclair clássico de chantilly e chocolate. “Temos uma produção de 500 éclaires de todos os outros, deste temos de 1200 a 1500.”

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Os preços dos éclaires doces variam entre um 1,20€ e 2,30€ Diogo Baptista

Consolidada a sua presença no Porto e arredores, a Leitaria da Quinta do Paço quer agora expandir-se para Sul, mas sempre com a preocupação de “não massificar”. “Queremos expandir para Lisboa, mas isso implicará que parte da equipa se desloque para lá”, adianta Alexandra Sotto Maior. O objectivo será que não se perca o modo artesanal de produção e a frescura que caracteriza os produtos: “A produção é diária, não servimos produtos que não sejam do dia”, assegura.

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Há uma nova loja, mas a filosofia da marca continua intacta Diogo Baptista

Os preços dos éclaires doces variam entre um 1,20€ e 2,30€. Com vista a dar resposta aos turistas, a Leitaria oferece também o menu brunch, por cinco euros, e que tem tido mais sucesso ainda do que o esperado: “Só neste Verão, vendemos mais de 700.”

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“Inovação” é a palavra de ordem da pastelaria Diogo Baptista

O sucesso da nova loja, que apresenta um interior cuidado, onde o branco é a cor dominante, parece, assim, garantido. Logo no dia em que abriu ao público, esta quinta-feira, Maria Alice Martins foi à Leitaria um pouco por “tradição”. Apesar de “alguma lentidão no atendimento”, que considera “normal” nos primeiros dias de funcionamento de uma casa, esta cliente disse à Fugas considerar que a aposta em Matosinhos “é excelente”. 

Texto editado por Sandra Silva Costa

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