Mulheres refugiadas vão receber produtos de higiene íntima

A organização britânica Supporting Sisters criou uma campanha de recolha de fundos para conseguir entregar produtos de higiene menstrual a mulheres refugiadas em Calais, França

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Leonhard Foeger/Reuters

Na hora de preparar uma mochila com a roupa e os pertences mais importantes, muitas mulheres em fuga e à procura do estatuto de refugiadas não têm em conta os produtos de higiene íntima feminina. Fazem viagens longas e sem condições, de barco ou a pé, e vêem-se sem produtos básicos como pensos higiénicos, tampões ou copos menstruais. A pensar neste problema, uma organização britânica lançou uma campanha de “crowdfunding” para conseguir fazer chegar a estas mulheres os itens de higiene.

Com base em Essex, a Supporting Sisters dedica-se a garantir o acesso de mulheres sem-abrigo a produtos sanitários em Inglaterra. A actual crise de refugiados na Europa fez soar uma campainha nas activistas Helen McDonald, Megan Saliu e Helen Pudney: e se angariassem dinheiro para entregar esses mesmos produtos às mulheres que vivem em campos de refugiados?

Centraram-se na cidade francesa de Calais, onde existe um dos maiores campos de refugiados da Europa, e decidiram viajar até lá, de carro, para oferecerem pensos higiénicos às mulheres. Estima-se que em Calais vivam mais de 3.000 refugiados em tendas, desde afegãos, eritreus, sudaneses e sírios. A campanha de “crowdfunding” — que já chegou ao fim — angariou mais de 3.500 libras (4.700 euros) e as três activistas têm visitado o campo com frequência, nos últimos meses. De acordo com o site da “MS Magazine”, perto de 3.000 produtos sanitários já foram distribuídos entre a população refugiada em Calais.

“As mulheres que vimos eram todas jovens”, contou Helen McDonald à mesma revista. Estão em minoria no campo de Calais — representam apenas 10% da população refugiada ali presente, de acordo com a France 24 —, o que torna os problemas de higiene menstrual ainda mais complicados de resolver. “Não podemos esperar que as atitudes culturais para com as mulheres mudem só porque chegam a França. Há, sem dúvida, uma hierarquia clara dentro do campo e, como esperado, as mulheres e as crianças não estão no topo”, sublinhou McDonald.

Apesar do “crowdfunding” já ter terminado, é ainda possível contribuir para o projecto das Supporting Sisters através do Facebook da organização.

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