A francesa EDF Energies Nouvelles Portugal vendeu uma posição minoritária do seu negócio eólico a um fundo britânico, o Lancashire County Pension Fund (LCPF).

Segundo um comunicado do Banco Santander Totta, que assessorou a operação de compra, a posição, apesar de minoritária, é “significativa”, embora não esclareça qual o peso com que fica no capital.

O acordo, assinado esta terça-feira em Lisboa, envolve um portefólio com uma capacidade bruta de 500 MW, e é referido como um dos cinco maiores do mercado português.

De acordo com o comunicado do Santander, este é o primeiro investimento directo em Portugal por parte de fundos de pensões ingleses (embora não tenha sido divulgado o valor em causa). No caso do LCPF, o fundo é apresentado como um dos maiores fundos de pensão públicos regionais do Reino Unido.

Em Junho, a Bloomberg já tinha noticiado que a EDF Energies Nouvelles estava à procura de um investidor para lhe vender cerca de metade do capital da operação portuguesa (mercado onde o grupo francês se estreou em termos de internacionalização).

Sector em transformação
O sector da energia eólica em Portugal tem protagonizado vários negócios nas últimas semanas. No passado dia 7, a Galp anunciou que a Ventinveste, a parceria que tem com a Martifer para o investimento em energias renováveis, vai vender ao grupo EDP cinco sociedades proprietárias de licenças de construção de 216,4 MW de capacidade de produção eólica. O negócio tem um valor de referência de cerca de 17 milhões de euros.

Poucos dias antes, no início do mês, a Magnum Capital, um fundo gerido por João Talone, tinha comunicado a venda da Iberwind, a segunda maior produtora portuguesa de energia eólica, ao grupo Cheung Kong, de Hong Kong. Segundo foi então anunciado, o negócio atingiu os mil milhões de euros.

Esta empresa de energias renováveis é composta por 31 parques, com uma capacidade instalada de 684 MW) e mais 42 MW em construção. Além da Magnum Capital, venderam as suas posições na Iberwind os accionistas minoritários, entre os quais se encontram a Espírito Santo Capital, a Madre SGPS (de António Parente) e o fundo ECS (de António de Sousa).

E, no final de Setembro, a italiana Enel anunciou  a venda da subsidiária Finerge à gestora de activos australiana First State Investments, por 900 milhões de euros.