Lukashenko ganha eleições presidenciais na Bielorrússia pela quinta vez

UE anuncia segunda-feira decisão sobre se vai ou não levantar temporariamente sanções à "última ditadura" da Europa.

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Lukashenko foi votar com o filho de onze anos, Nikolai, de quem é inseparável Vasily Fedosenko/REUTERS

Sondagens à boca das urnas mostram que o Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, ganha um quinto mandato, por uma vitória ainda maior do que em 2010: terá tido entre “80% a 84%”, mais do que os 80% que na última vez.

O dirigente da “última ditadura da Europa”, como lhe chamou a ex-secretária de Estado norte-americana Condoleezza Rice, por causa do seu desrespeito pelos direitos humanos e pela democracia, é um aliado próximo de Vladimir Putin e ocupa o cargo há 21 anos. A sua reeleição, há cinco anos, deu origem a protestos na rua e à prisão de várias figuras da oposição. Mas hoje, Lukashenko apresenta-se como uma garante de estabilidade em comparação com a instabilidade na Ucrânia, a braços com o separatismo pró-russo no Leste e a crise económica.

Nos últimos tempos, tem tentado mostrar alguma aproximação à União Europeia. Em Agosto, libertou seis prisioneiros políticos e no Inverno foi o anfitrião das negociações de paz da Ucrânia, que resultaram num acordo, em Fevereiro. Tudo isto sugere que está a tentar melhorar a sua imagem no Ocidente, que o tem ostracizado.

“Fizémos tudo o que o Ocidente queria antes das eleições. Se o querem melhor as relações connosco, nada nem ninguém o pode evitar”, afirmou Lukashenko, no momento em que foi votar. “A bola está agora com os ocidentais.

A Organização para a Cooperação e Segurança na Europa (OSCE) está a monitorizar as eleições e deve apresentar um relatório sobre a forma como decorreram na segunda-feira. Em relação a todas as outras, não mereceram ser consideradas “nem livres nem imparciais”.

A seguir ao relatório da OSCE, Bruxelas fará uma declaração formal sobre o possível levantamento temporário das sanções de que é alvo o regime na Bielorrússia.

Tratar-se-á apenas de uma suspensão temporária das sanções de que são alvo cerca de 140 figuras do regime, e o embargo às armas continuará. Não serão abrangidos quatro membros dos serviços de segurança do Presidente, suspeitos de estarem por trás dos desaparecimentos de opositores políticos, noticiou a Reuters.

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