Jovens engenheiros europeus debatem em Lisboa futuro da profissão

O primeiro European Young Engineers Forum decorre entre 9 e 11 de Outubro. Empregabilidade e tendências da engenharia vão ser debatidas com mais de 150 especialistas e participantes de 36 países europeus

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No dia 10, os jovens engenheiros podem participar em vários workshops DR

De que forma pode o “empreendedorismo tecnológico” ser uma resposta aos desafios da empregabilidade europeia na área da engenharia? E como pode a engenharia ser um motor de inovação social para a Europa? Estas e outras perguntas vão estar em cima da mesa no primeiro European Young Engineers Forum (EYEF), a decorrer em Lisboa entre os dias 9 e 11 de Outubro, num evento com presença de jovens engenheiros de 36 países e várias conferências, "workshops" e visitas técnicas.

Portugal vive “dois paradigmas” no que a emprego na área de engenharia diz respeito: por um lado, as engenharias civil, mecânica ou electrotécnica com elevadas taxas de desemprego e com grande emigração associada; por outro, as engenharias “soft” — como tecnologias da informação ou biomedicina — apresentam já carência de quadros internamente e “há empresas a nível mundial a recrutar portugueses”. A nível europeu, a OCDE prevê a falta de 200 mil engenheiros a nível europeu até 2020.

O cenário, diz o dirigente da Ordem dos Engenheiros responsável pela organização deste evento, Bento Aires, exige uma “posição concertada” da Europa e a solução pode passar pela aposta em “empreendedorismo tecnológico”. “Estamos a falar de tecnologia que hoje se desenvolve a grande velocidade e é necessário que os engenheiros percebam a que ritmo é que os produtos devem ser desenvolvidos e de que forma está a sociedade apta para os receber”, sublinhou.

Para o jovem engenheiro é preciso “agarrar a oportunidade” que o programa Europa 2020 abriu ao considerar a economia do conhecimento como um eixo fundamental.

Com 150 participantes previstos, o EYEF arranca dia 9, no Museu do Oriente, e entre os oradores convidados então nomes como Jaime Garcia Cantero, mentor da Founder Institute, a maior incubadora de "startups" do mundo, Suzy Moat, especialista em "big data", que investiga o modo como a informação online pode prever o comportamento humano ou o economista Daniel Bessa, director-geral da COTEC Portugal.

No dia 10, os jovens engenheiros podem participar em vários "workshops" na área das nanoteconologias, na sede nacional da Ordem dos Engenheiros, em competições de engenharia, e em visitas técnicas a locais como a antiga rede de abastecimento de água ou o Museu da Electricidade. “Queremos aproveitar a oportunidade para mostrar à Europa o que de melhor temos em Portugal nesta área”, disse Bento Aires ao P3. O fórum europeu, feito no âmbito da Reunião Anual da FEANI – Federação Europeia das Associações Nacionais de Engenharia, estreia-se em Lisboa e deverá ter periodicidade anual.

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