China espera crescimento da Ásia-Pacífico com o acordo de comércio livre

Pequim, que está de fora do novo bloco de comércio livre, sublinha que segue as regras da Organização Mundial do Comércio.

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A China foi convidada a integrar o bloco de comércio livre, mas rejeitou GREG BAKER/AFP

O acordo alcançado entre 12 países sobre o texto da Parceria Comercial da Ásia Pacífico foi aplaudido nesta terça-feira pelo Governo chinês, que diz esperar que o bloco económico – do qual Pequim não faz parte – permita impulsionar o crescimento da região.

A reacção chinesa ao acordo, visto como um contrapeso à hegemonia regional da China, foi cautelosa, com Pequim a sublinhar que está “aberta a qualquer mecanismo que siga as normativas da Organização Mundial do Comércio (OMC)”.

Considerando a parceria “um dos tratados-chave de comércio livre para a região”, o Ministério do Comércio chinês diz esperar que o acordo contribua para puxar pelo “comércio, investimento e crescimento económico da Ásia Pacífico”, potenciando uma região que representa cerca de 40% do produto interno bruto mundial.

O TPP (como é conhecido o acordo na sigla inglesa) foi fechado ao fim de cinco anos de negociações, envolvendo os EUA, o Japão, a Austrália, a Nova Zelândia, o Canadá, o México, o Peru, o Brunei, o Chile, a Malásia, Singapura e o Vietname. A China foi convidada a integrar o bloco, mas rejeitou perante as restrições a que ficaria obrigada.

Quem veio considerar o acordo um acontecimento “muito positivo” foi a directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde.

A partir de Lima, Peru, onde decorrem as assembleias gerais do FMI e do Banco Mundial, Lagarde notou que “o acordo não é apenas importante pela sua amplitude, uma vez que os países signatários representam cerca de 40% do PIB mundial, mas também porque vem mover a fronteira do comércio e do investimento dos bens e serviços para novos domínios onde os lucros podem ser muito significativos”.

O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, considerou que o acordo representa um grande acontecimento para o país e para toda a região. E, segundo a BBC, não deixou de referir que ganharia mais significado se a China se juntasse ao bloco económico.

Na segunda-feira, dia em que o acordo foi assinado em Atlanta pelos ministros do Comércio dos 12 países, o Presidente dos EUA falou aos americanos sobre o que considera ser a vantagem do bloco de comércio livre para o país, onde o entendimento enfrenta oposição interna. “Esta parceria vai aumentar o campo de acção dos nossos agricultores e industriais, ao eliminar 18 mil impostos que vários países impõem aos nossos produtos”, salientou Barack Obama.

O acordo fará desaparecer impostos alfandegários e outras barreiras e mecanismos que encarecem o comércio internacional regional. E vai criar regras uniformes para as empresas dos países que assinaram em áreas tão distintas como as patentes ou as normas ambientais. Alguns sectores terão aplicação faseada — por exemplo, os automóveis japoneses não poderão inundar imediatamente o mercado americano.

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