Roubada reprodução de O Inferno da exposição ComingOut

A obra original pode ser vista no Museu Nacional de Arte Antiga em Lisboa.

Foto
Reprodução O Inferno, obra de autor desconhecido MNAA

A reprodução da pintura O Inferno do século XVI, inserida na exposição ComingOut. E se o Museu saísse à rua?, foi roubada na quinta-feira de madrugada na Rua da Rosa, em Lisboa, confirmou o Museu de Arte Antiga.

A exposição é da iniciativa do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), e reúne reproduções de alta qualidade - mas sem valor patrimonial - de 31 obras-primas do acervo da entidade afixadas no exterior de edifícios nas zonas do Chiado, Bairro Alto e Príncipe Real.

Contactado pela agência Lusa, o director do MNAA, António Filipe Pimentel, disse que o desaparecimento da obra, reprodução do original pintado no século XVI por um pintor português desconhecido, "não é uma surpresa".

"Esta situação era previsível e também aconteceu em Londres, onde foi lançada uma iniciativa semelhante", apontou Pimentel, acrescentando que "não deixa de ser curioso e até cómico que tenha desaparecido o quadro do O Inferno nas primeiras 48 horas da inauguração da mostra”.

O museu sublinha que a reprodução desaparecida "não tem qualquer valor patrimonial, comercial ou material".

ComingOut. E se o Museu saísse à rua? segue o projeto desenvolvido em Londres, nos bairros de Convent Garden, Soho e Chinatown, pela National Gallery, denominado The Grand Tour. O director do MNAA sublinhou que a exposição tem tido um grande impacto nas ruas, com os passantes a fotografar os quadros, e também nas redes sociais, desde que foi divulgada, com milhares de visualizações e partilhas.

António Filipe Pimentel acrescentou que o museu está a ponderar se vai ou não substituir a obra.

Sobre a segurança da exposição nas ruas, indicou que não foram implementadas medidas especiais, mas esclareceu que há lugares onde existem câmaras e que são sítios de passagem. "Acreditamos que as pessoas vão acolher bem e estimar as obras expostas", disse.

Houve ainda, nestes dois dias do ComingOut do museu, uma tentativa de retirar a reprodução de Salomé com a cabeça de São João Baptista, pintado por Lucas Cranach, o Velho, em 1510-1515.

Retrato do Rei D. Sebastião, pintado em 1571 por Cristóvão de Morais, Senhora das Dores, de Quentin Metsys, de 1511, e Virgem com o menino e santos, de Hans Holbein, o Velho, pintado em 1519, são algumas das reproduções que estão expostas nas ruas daquelas zonas de Lisboa antiga.

Com este projecto, o museu - que detém um dos mais importantes espólios de arte portuguesa – pretende divulgar o património artístico e histórico português ao público nacional e estrangeiro. De acordo com o MNAA, a exposição não teve custos para o museu porque resultou de uma parceria, com a reprodução das obras da HP Portugal, apoio da Ocyan e edição de um catálogo patrocinado pela Vodafone.

Sugerir correcção
Comentar