Marc Chagall, pintor da música em Paris

Até 31 de Janeiro, a Philarmonie de Paris terá uma exposição dedicada à relação próxima do pintor nascido na Bielorrúsia com o universo musical.

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Marc Chagall pintando os seus painéis para o Lincoln Center de Nova Iorque en 1966, no seu atelier de Paris IZIZ-MANUEL BIDERMANAS

O violinista de sobretudo dançando sobre os tectos cobertos de neve das pequenas casas a seus pés, pintado em 1912, será, acima de tudo, mais uma memória resgatada àquela que, durante toda a longa vida de Marc Chagall, seria a maior fonte de inspiração do pintor franco-bielorrusso, a sua cidade natal de Vitebsk, destruída durante a Segunda Guerra Mundial.

Mas esse mesmo violinista, que inspiraria mais tarde o musical, depois filme, Um Violino no Telhado, sinaliza algo mais, a relação próxima e intensa de Marc Chagall com a música. O percurso daquele que era, quando da sua morte em 1985, aos 97 anos, o último grande mestre do modernismo está marcado “por experiências fundadoras, em que a música tem, em cada fase, um papel essencial”, lê-se na apresentação da exposição Marc Chagall – O Triunfo da Música que a Philarmonie de Paris divulga no seu site. Será ali, no centro de exposições do centro cultural parisiense dedicado à música, que poderemos olhar Chagall de uma perspectiva peculiar.

Entre 13 de Outubro deste ano e 31 de Janeiro de 2016, estarão expostas mais de 250 obras, provenientes do Museu de Arte Moderna de Paris, do nova-iorquino MoMA, da Galeria Tretiakov de Moscovo e do acervo da família do artista. Para apreciar, os cenários criados no final da primeira década do século XX para o Teatro de Arte Judaica de Moscovo, mas também o trabalho desenvolvido para a apresentação de O Pássaro de Fogo, de Stravinski, em Nova Iorque, em 1945, ou as decorações monumentais que concebeu para a Ópera de Paris, em 1964, e para o Lincoln Center, em Nova Iorque, dois anos depois.

Ambicionando uma imersão total no imaginário musical que impulsionou o pintor, a comissária Ambre Gauthier e o director musical Mikahïl Rudy conjugam as obras expostas com documentos de época e vários dispositivos sonoros e visuais.

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