O momento Volkswagen da campanha

“O sonho dos meus amigos é ter um GTI”, cantavam os Clã. Na campanha também se procura um motor fraudulento, uma conspiração tomba-gigantes. Duas linhas de ataque neste momento: Parvalorem e sondagens. No primeiro caso a presumível manipulação das contas da holding onde estão os activos tóxicos do BPN, a pedido do Governo, para não aumentar o défice de 2012. Pedro Sales, assessor da bancada parlamentar do Bloco de Esquerda, sintetizava com humor a reacção da oposição: “Maria Luís Albuquerque está para as contas do Estado como a Volkswagen [está] para as emissões de carbono”. No blogue Comício Público, Nuno Ramos de Almeida (Agir) apelidava todo o Executivo de "Governo Volkswagen".

Na segunda frente, as sondagens, cuja validade tem sido questionada pela oposição. Viralizou o testemunho de Glória Franco, candidata do Livre por Évora, sobre um telefonema que recebera na semana passada para o inquérito diário "da RTP". A inquiridora, conta a candidata, desconhecia a existência do Livre e confrontada com a existência de mais apoiantes do partido questionava antes de desligar o telefone: “Mas aí em casa votam todos no mesmo?! Obrigado pela participação e boa noite”. O diálogo reproduzido no Facebook foi confirmado ao PÚBLICO por Glória.

Já a Universidade Católica disse ao PÚBLICO que se trata de um equívoco. Os inquiridores passam por acções de formação onde conhecem os partidos que concorrem às eleições, têm ordens para “realizar apenas um inquérito por família/agregado doméstico” e existem “processos de validação e controlo de qualidade” que, em último caso, levam à eliminação de um registo obtido de forma indevida. 

A direcção do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião Pública (CESOP) acrescentou que "o trabalho dos inquiridores se encontra globalmente em conformidade com as orientações dadas na formação” e que não há forma de confirmar se Glória Franco terá sido efectivamente contactada por uma colaboradora do centro.

 

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