Independente PIAS compra a editora Harmonia Mundi

Fundada em 1958, a editora francesa especializada em música clássica passa a estar incluída no catálogo de uma das mais importantes companhias discográficas europeias.

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Eva Coutaz e Kenny Gates dr

A Harmonia Mundi, histórica editora francesa dedicada à música clássica, principalmente, e às músicas ditas do mundo, deixou de ser propriedade da sua família fundadora. Criada em 1958 por Bernard Coutaz, era gerida desde a morte deste, em 2010, pela sua viúva Eva Coutaz. Agora, será a belga PIAS, acrónimo de Play It Again, Sam, uma das maiores editoras independentes europeias, a responsável pelo seu catálogo.

O anúncio da aquisição foi feito esta terça-feira e a transição será oficial a partir de 1 de Outubro. Contando no seu catálogo com os selos Discograph, Le Chant Du Monde, Jazz Village e World Village, e com figuras como o maestro René Jacobs ou o contratenor Dominique Visse, a Harmonia Mundi manterá a seu cargo a edição livreira e a venda a retalho.

Eva Coutaz, que terá um lugar de consultora na administração assegurada pela PIAS, declarou em comunicado que a editora é a “casa certa para o [nosso] legado”. "A Harmonia Mundi está em boas mãos, e estamos confiantes que temos um futuro entusiasmante perante nós”, acrescentou.

Kenny Gates, co-fundador da PIAS, defendeu por seu lado ter na Harmonia Mundi o “complemento perfeito” para a sua editora. “Não canibaliza nada do nosso catálogo ou dos nossos selos discográficos e acrescenta outra dimensão à empresa e à sua oferta”.

Citando Gates, a Billboard avança que a Harmonia Mundi gera receitas de 30 milhões de euros por ano, valor que aquele crê poder ser agora exponenciado, ainda que defenda que a operação não se deveu a um desejo de “crescimento industrial”. Trata-se, diz o co-fundador da PIAS, “de manter a qualidade da música num contexto independente”.

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