Mais do que um ministério, Costa defende “um governo de cultura”

Candidato do PS reuniu cerca de 200 agentes da cultura num almoço em Lisboa.

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António Costa entre Pilar del Río e Joana Vasconcelos Fotos Paulo Pimenta
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Costa com o actor José Wallenstein
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Costa com Manuel João Vieira
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O PS reservou para o primeiro dia da última semana da campanha eleitoral o encontro do candidato com o mundo de cultura. Num restaurante à beira do rio Tejo, António Costa juntou-se a cerca de 200 músicos, arquitectos, escultores e ensaístas para lhes pedir o seu apoio não só para a vitória, mas também “ao longo dos próximos quatro anos”.

O apelo surgiu já depois do socialista ter defendido a importância da cultura para o desenvolvimento do país. Foi isso que o levou a dizer que “mais importante que um ministério, é termos um governo de cultura”, capaz de tratar “transversalmente” a matéria. “Ao Estado e ao Governo não cabe ter uma política de gosto. É obrigação do Estado contribuir para a criação de oportunidades para que todos tenham gosto pela cultura”, disse o socialista.

As palavras de Costa surgiram depois da artista Joana Vasconcelos ter defendido a instituição de um ministério para o sector e até mesmo a assunção da cultura como a “primeira das prioridades”, depois das críticas ao actual Governo.

Passos Coelho foi mais visado na intervenção do programador António Pinto Ribeiro, que denunciou a “barbárie cultural” em curso. Por seu turno, a responsável pela fundação Saramago preferiu explicar porque apoiava Costa. Era pelo “factor humano”, porque até havia “boas alternativas na esquerda portuguesa”.

Entre os participantes no almoço contam-se os fadistas Carlos do Carmo e Camané, os actores Paulo Pires e Diogo Infante, o musicólogo e ex-governante Rui Vieira Nery ou a escritora Alice Vieira.

Foi assim uma intervenção que fugiu ao guião que Costa costuma seguir nos seus discursos. Tal como acontece sempre na campanha socialista, onde ocorre todo o dia um pormenor que escapa ao previsto. Das cerca de 200 pessoas previstas para comparecer, houve quem não surgisse. E depois, há aquelas situações completamente fora da caixa.

Como a protagonizada pelo realizador de cinema, António Pedro Vasconcelos. Poucos momentos antes de Costa chegar, o cineasta apareceu em alta velocidade, conduzindo o seu Jaguar no passeio pedonal que separa o restaurante do Tejo. A situação caricata piorou quando Vasconcelos se viu travado por dois jornalistas da RTP que aproveitavam o local para fazer um directo com vista para o rio. O realizador não encontrou melhor sítio para esperar a não ser, precisamente, ao lado do jornalista, que teve de fazer o seu trabalho com um automóvel carburando a escassos centímetros da sua pessoa.

“Eu não vou lá para os seus sets interromper-lhe as filmagens, pá!”, gritava o jornalista António Esteves perante o descarado desinteresse do artista.

Costa atropelado, amassado e levantado do chão

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