Pedro, a ingratidão e o lobo na literatura política de Jerónimo

Jerónimo diz que Passos olha para uma possível união do PS, Bloco e CDU como um “lobo” e anda a assustar os portugueses por estar desesperado com a possibilidade de perder as eleições.

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Miguel Madeira
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O desespero tem destas coisas. O político Pedro está vestir a pele do menino Pedro que, travesso, assusta a aldeia gritando pelas ruas ‘Socorro! Vem aí o lobo! Fujam, fujam!” Mas lobo nem vê-lo. Para Jerónimo de Sousa, Pedro (Passos Coelho) anda a gritar que vem aí o lobo (a esquerda unida) para assustar a aldeia (Portugal) e assim receber a protecção (votos) de que necessita.

“À medida que nos aproximamos do final da campanha eleitoral cresce a convicção de que a coligação PSD/CDS tem como certa a derrota no próximo dia 4”, começou por afirmar Jerónimo de Sousa neste sábado à tarde, num comício em Almada que juntou, segundo a organização, três mil pessoas – o número de lugares sentados do pavilhão desportivo.

“Há por aí quem se esforce, quem use todos os truques e manhas para tentar apresentar como vencedores aqueles que têm a derrota certa”, apontou. O truque da coligação, diz, foi deixar passar para a imprensa a informação de que no seio dos dois partidos da direita “novamente se respirava o ar de quem ia conseguir maioria absoluta”.

Porém, num golpe de teatro, “hoje vem Passos Coelho, numa diatribe, dizer ‘cuidado, que o PS está a preparar um governo esquerdista com o PCP e com o Bloco de Esquerda!’. Creio que o primeiro elemento é a ingratidão perante o PS”, criticou Jerónimo de Sousa. Que se apressou a explicar que, ao longo da sua história de 39 anos, o Partido Socialista “sozinho, livre, fizesse as opções que fizesse, sempre alinhou com a política de direita”. “Trata-se, portanto, de uma ingratidão de Passos Coelho.”

“[Pedro Passos Coelho] grita, grita que ‘vem aí o lobo!’, num sinal claro de que está desesperado e de que tem a derrota certa, considera o secretário-geral do PCP. “Deixem o povo falar e logo se verá que PSD e CDS não terão os votos necessários e os mandatos suficientes para continuarem a desgraçar a vida dos portugueses e de Portugal.”

No comício, Jerónimo fez uma revisitação das suas críticas habituais a PS, PSD e CDS, em especial pelo desaproveitamento do potencial do país e acusando-os de destruição da economia nacional, sublinhou o potencial de confiança do trabalho da CDU por contraponto às promessas eleitorais violadas pela direita, e lembrou a falta de acção do PS nestes últimos quatro anos. A meio da campanha eleitoral, o líder da CDU continua a fazer um apelo cada vez mais forte ao forte, dramatizando a necessidade de afastar o Governo.

Antes do comício, a CDU organizou uma marcha que arrancou de um dos portões do Arsenal do Alfeite, cujas capacidades de construção naval estão a ser desmanteladas, como símbolo da continuada destruição do aparelho produtivo nacional. À rua do arsenal foram chegando autocarros com militantes e activistas da CDU que desfilaram até ao pavilhão municipal de Almada gritando palavras de ordem.

A marcha foi liderada pelos candidatos do distrito. Francisco Lopes, Heloísa Apolónia, Bruno Dias, Paula Santos e Corregedor da Fonseca, entre outros, seguravam uma enorme faixa onde se lia “Pôr o país a produzir, criar emprego”.

Na história do Pedro e do Lobo, o menino tantas vezes gritou, falsamente, que o lobo lá vinha e ele não apareceu que a população deixou de acreditar nele. Até que um dia se viu em apuros porque o lobo realmente apareceu. O que será que Jerónimo poderá fazer para ajudar o lobo a apanhar realmente Pedro a 4 de Outubro?

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